quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

NOTÍCIAS DA BARRAGEM ROMPIDA DE BRUMADINHO-MG DO DIA 29/01/2019


Novo balanço da Defesa Civil aponta 84 mortos e 276 pessoas desaparecidas

Raul Mariano – Jornal Hoje em Dia










Foram 19 os corpos encontrados ao longo do dia


O número de mortos no desastre de Brumadinho subiu para 84, segundo informações divulgadas pela Defesa Civil Estadual, na tarde desta terça-feira (29). Além disso, 391 pessoas foram localizadas e 276 continuam desaparecidas.
Do total de óbitos, 42 já foram identificados no Instituto Médico Legal (IML). Seis certidões de óbitos foram emitidas nesta tarde.
Segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros, três corpos foram retirados do ônibus que havia sido encontrado no último domingo.
Outros dois cadáveres foram localizados empilhados no local onde os militares acreditam que esteja o refeitório. Botijões  de gás também foram  encontrados nas imediações.
Marimbondos
Aihara alertou também sobre o desrespeito de pessoas que têm invadido as áreas de acesso restrito aos bombeiros.
Ele relatou que na tarde desta terça, três pessoas que tentaram se aproximar do local de buscas sem autorização foram atacadas por um enxame de marimbondos.
“Eles sofreram várias lesões e precisaram ser encaminhado de helicóptero para atendimento médico”, explicou o tenente.
O senador Carlos Viana (PSD-MG) afirmou nesta terça-feira (29), que recebeu uma denúncia de que a Vale estaria ciente, há seis meses, que a barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, teria se deslocado cerca de 40 centímetros, representando, assim, alto risco geológico em seu funcionamento.
“A Polícia Federal tem essa informação e prendeu cinco engenheiros envolvidos na estruturação do projeto. Estou acompanhando de perto todo o cenário, e acredito que a Polícia Federal e o Ministério Público irão tomar as melhores decisões e descobrir o que de fato ocorreu. Se a empresa sabia dos riscos e não tomou providências, a situação fica muito mais grave”, disse Viana.
A barragem se rompeu na última sexta-feira (25) e até o momento já estão confirmados 65 mortes e 288 desaparecidos. A denúncia chegou até o senador mineiro após um movimento para a criação de uma CPI de investigação da tragédia.
A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com a assessoria da vale e aguarda um posicionamento da empresa sobre a denúncia.

A prioridade é a localização de corpos. Até a noite de ontem, 84 óbitos foram confirmados e 276 pessoas estavam desaparecidas. Ao todo, 391 foram localizadas. São os bombeiros na linha de frente das operações, auxiliados por 132 militares de Israel que vieram ajudar nas buscas. Eles ainda contam com o apoio de 16 aeronaves.
Os bombeiros também se desdobram para socorrer quem passa mal devido à angústia da espera por notícias e articulam com as demais forças de segurança estratégias a serem adotadas.
Cerca de 600 homens e mulheres da corporação já passaram por Brumadinho. Só ontem eram 230 envolvidos na missão, muitos sequer sabiam se iriam descansar. “No dia do rompimento, eu nem dormi. Mas o que tiver que ser feito para o encontro desses corpos deve ser feito. O bombeiro já está acostumado a lidar com situações adversas, é inerente ao trabalho. Exige um nível de sacrifício muito grande. É algo que transcende a escolha profissional, é o que a gente acredita como escolha de vida e valor humano”, diz o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
O tempo corrido permite, no máximo, três refeições diárias. Mesmo assim, Aihara não quer ser vangloriado. “Heróis são as pessoas afetadas pelo rompimento da barragem e que terão que reconstruir suas vidas”.
Reforço
A PM deve reforçar o policiamento em Brumadinho com a chegada de mais 400 militares hoje, informou o porta-voz da corporação, major Flávio Santiago. Até então, 550 pessoas já atuavam nas rondas – dessas, 300 policiais em formação foram empenhados após a suspensão das atividades na academia, em BH.
Uma das funções é evitar o acesso de curiosos na área de buscas e garantir a segurança das casas vazias.


Para bombeiros, trabalho exige um nível de sacrifício que vai além da escolha profissional


Em equipe
As operações ainda envolvem a Polícia Civil, que faz a remoção e identificação dos corpos, além das investigações sobre o rompimento da estrutura. Já os danos estruturais na região são avaliados pela Defesa Civil, com 50 agentes, enquanto os ambientais e o resgate dos animais vítimas da lama são feitos pelo Ibama, que têm 26 pessoas auxiliando nos levantamentos.
Além dos órgãos oficiais, voluntários. Estima-se que ao menos 600 foram até Brumadinho prestar solidariedade.



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