Novo balanço
da Defesa Civil aponta 84 mortos e 276 pessoas desaparecidas
Raul Mariano –
Jornal Hoje em Dia
Foram 19 os corpos
encontrados ao longo do dia
O número de mortos
no desastre de Brumadinho subiu para 84, segundo informações divulgadas pela
Defesa Civil Estadual, na tarde desta terça-feira (29). Além disso, 391 pessoas
foram localizadas e 276 continuam desaparecidas.
Do total de óbitos,
42 já foram identificados no Instituto Médico Legal (IML). Seis certidões de
óbitos foram emitidas nesta tarde.
Segundo o tenente
Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros, três corpos foram retirados do ônibus
que havia sido encontrado no último domingo.
Outros dois
cadáveres foram localizados empilhados no local onde os militares acreditam que
esteja o refeitório. Botijões de gás também foram encontrados nas
imediações.
Marimbondos
Aihara alertou
também sobre o desrespeito de pessoas que têm invadido as áreas de acesso
restrito aos bombeiros.
Ele relatou que na
tarde desta terça, três pessoas que tentaram se aproximar do local de buscas
sem autorização foram atacadas por um enxame de marimbondos.
“Eles sofreram
várias lesões e precisaram ser encaminhado de helicóptero para atendimento
médico”, explicou o tenente.
O senador Carlos
Viana (PSD-MG) afirmou nesta terça-feira (29), que recebeu uma denúncia de que
a Vale estaria ciente, há seis meses, que a barragem do Córrego do Feijão,
em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, teria se deslocado
cerca de 40 centímetros, representando, assim, alto risco geológico em seu
funcionamento.
“A Polícia Federal
tem essa informação e prendeu cinco engenheiros envolvidos na estruturação do
projeto. Estou acompanhando de perto todo o cenário, e acredito que a Polícia
Federal e o Ministério Público irão tomar as melhores decisões e descobrir o
que de fato ocorreu. Se a empresa sabia dos riscos e não tomou providências, a
situação fica muito mais grave”, disse Viana.
A barragem se rompeu
na última sexta-feira (25) e até o momento já estão confirmados 65 mortes
e 288 desaparecidos. A denúncia chegou até o senador mineiro após um
movimento para a criação de uma CPI de investigação da tragédia.
A reportagem
do Hoje em Dia entrou em contato com a assessoria da vale e
aguarda um posicionamento da empresa sobre a denúncia.
A prioridade é a localização de corpos. Até a noite de ontem, 84 óbitos foram confirmados e 276 pessoas estavam desaparecidas. Ao todo, 391 foram localizadas. São os bombeiros na linha de frente das operações, auxiliados por 132 militares de Israel que vieram ajudar nas buscas. Eles ainda contam com o apoio de 16 aeronaves.
Os bombeiros também
se desdobram para socorrer quem passa mal devido à angústia da espera por
notícias e articulam com as demais forças de segurança estratégias a serem
adotadas.
Cerca de 600 homens
e mulheres da corporação já passaram por Brumadinho. Só ontem eram 230
envolvidos na missão, muitos sequer sabiam se iriam descansar. “No dia do
rompimento, eu nem dormi. Mas o que tiver que ser feito para o encontro desses
corpos deve ser feito. O bombeiro já está acostumado a lidar com situações
adversas, é inerente ao trabalho. Exige um nível de sacrifício muito grande. É
algo que transcende a escolha profissional, é o que a gente acredita como escolha
de vida e valor humano”, diz o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de
Bombeiros.
O tempo corrido
permite, no máximo, três refeições diárias. Mesmo assim, Aihara não quer ser
vangloriado. “Heróis são as pessoas afetadas pelo rompimento da barragem e que
terão que reconstruir suas vidas”.
Reforço
A PM deve reforçar o
policiamento em Brumadinho com a chegada de mais 400 militares hoje, informou o
porta-voz da corporação, major Flávio Santiago. Até então, 550 pessoas já
atuavam nas rondas – dessas, 300 policiais em formação foram empenhados após a
suspensão das atividades na academia, em BH.
Uma das funções é
evitar o acesso de curiosos na área de buscas e garantir a segurança das casas
vazias.
Para bombeiros, trabalho exige um nível de sacrifício que vai além da
escolha profissional
Em equipe
As operações ainda
envolvem a Polícia Civil, que faz a remoção e identificação dos corpos, além
das investigações sobre o rompimento da estrutura. Já os danos estruturais na
região são avaliados pela Defesa Civil, com 50 agentes, enquanto os ambientais
e o resgate dos animais vítimas da lama são feitos pelo Ibama, que têm 26
pessoas auxiliando nos levantamentos.
Além dos órgãos
oficiais, voluntários. Estima-se que ao menos 600 foram até Brumadinho prestar
solidariedade.
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