O PIB e a lanterna
Manoel Hygino
Há algumas boas
notícias, como a de que a economia brasileira teve crescimento de 0,8%, bem
pequenininho, no terceiro trimestre, em comparação com os três meses anteriores
e com o terceiro trimestre de 2017. Nem tudo, realmente, anda a mil maravilhas
neste período anterior ao Natal. No acumulado de doze meses, o Produto Interno
Bruto aumentou 4% em relação aos quatro trimestres precedentes.
A despeito disso,
causa tristeza constatar que o nosso pibezinho permanece na lanterna global em
taxa de crescimento econômico, isto é, em 39º lugar, conforme a Austin Rating
junto a 42 economias. Explique-se: o ranking é liderado pela Índia, com alta de
7,1%; a China comparece em 2º lugar, com expansão de 6,5%. Em 3º surgem as
Filipinas, com elevação de 6,1%. Os Estados Unidos, que cresceram 3%, aparecem
em 14ª posição. Na América Latina tampouco é confortável nossa presença: o Chile,
o líder, cresceu 2,8% e ficou em 19ª colocação; em seguida, o México, com
evolução de 2,6%, ao passo que o Peru registrou alta de 2,4%, em 29ª posição.
A imprensa, sempre
acusada de transmitir predominantemente más notícias, registrou: “Previdência
gasta com ricos 12 vezes mais do que com pobres”, enquanto o Diário de
Pernambuco, destaca em manchete: “Pobreza atinge 25 milhões de nordestinos”.
Jornal de Belo Horizonte oferece uma referência desastrosa: “Mais da metade de
Minas vive com até um salário mínimo”. Será que vive ou simplesmente sobrevive?
Seria oportuno, sem
embargo, repetir a conclusão da Associação Comercial de São Paulo: os
brasileiros pagaram, até 6 de dezembro, R$ 2,2 trilhões em impostos, taxas e
contribuições ao poder público em 2018. Descontada a inflação, o aumento
nominal alcançou 5%.
O eleito para
chefiar a nação a partir de janeiro não se entusiasma: após admitir que poderá
apresentar proposta fatiada de reforma da Previdência, o presidente eleito
justifica-se que as mudanças deverão ser votadas no primeiro semestre de 2019.
“No primeiro mês é
impossível. Nos primeiros seis meses, com toda certeza, o Congresso começará a
votar essas propostas”, disse Bolsonaro. O presidente eleito repete que, antes
de encaminhar o texto, vai convidar os líderes partidários para discutir a
proposta. “Não adianta apresentarmos uma boa proposta, um bom projeto, que
acaba ficando na Câmara ou no Senado. Será o pior dos quadros possíveis”.
Em todo caso, há uma
réstia de esperança, de confiança, e isso é fundamental à nação. Se, no período
difícil dessa quase terminada transição, conseguirmos desembarcar onde estamos
tentando desembarcar, tem-se de ser pelo menos, otimista. Nem tudo está
perdido. Os governos – federal e estadual – sabem que o povo brasileiro não
deixa de oferecer seu quinhão, muito sofrido, ao desenvolvimento nacional. Haja
vista o resultado da arrecadação deste ano. Suponho que, no próximo exercício,
não será menos, e o PIB evoluirá positivamente. Precisamos.
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