O que está por traz do isolamento social
Simone
Demolinari
Muitas pessoas não
se sentem confortáveis no convívio social. Evitam estar na presença de outras
sob a justificativa de não gostar de grupos grandes, ou então de não se
sentirem bem entre estranhos; preferem uma vida mais reservada, caseira e de
poucos amigos. Algumas são as causas que fortalecem esse afastamento:
–Fobia Social:
ocorre quando o indivíduo tem uma postura evitativa em praticamente todas as
situações. Evita lazer e situações que exijam exposição social, como festas,
restaurantes, eventos. Tem dificuldade com em atividades rotineiras como entrar
em lojas, ir a shopping center e até fazer supermercado. O encontro com outras
pessoas é tão desconfortável que o fóbico geralmente anda de cabeça baixa para
se “proteger” emocionalmente e diminuir o desconforto. O sofrimento provoca
constantes pensamentos catastróficos onde vislumbra situações ameaçadoras ou
negativas. O estresse é tão grande que chega a ponto de se manifestar
fisicamente por meio de taquicardia, sudorese, tremor, respiração ofegante. Uma
espécie de estado de alerta pela iminência de algo grave. Devido a todo esse sofrimento,
muitos acabam se isolam e vivendo uma vida com limitações.
–Agorafobia: inclui
medo de espaços abertos ou de multidões. Muitas vezes essa fobia é associada a
síndrome do pânico pois ambas tem sintomas parecidos. O agorafóbico teme a
multidão não por medo das pessoas, mas por medo de que não consiga sair do meio
dela caso venha a se sentir mal.
–Timidez: é menor
que a fobia, mas também gera desconforto. É uma vergonha que inibe o indivíduo
de interagir ativamente como ele gostaria. A timidez deriva do medo. Medo do
julgamento, de ser alvo de deboche, de ironias, críticas e rejeição. O tímido
teme não agradar, não serem bem vistos e muitas vezes se sente inadequado. Se
sente inferior, embora saiba racionalmente que não é. Existe a timidez
situacional, que se manifesta em ocasiões específicas, como falar em público.
Neste caso, há um nível de ansiedade, mas é passageira e acaba à medida que
inicia a execução da tarefa. Já a timidez crônica se revela constantemente, até
em situações corriqueiras, como pedir uma informação a um estranho. A maioria
dos tímidos não gostaria de sentir essa inibição. Pensa que sua vida seria mais
leve sem a presença desse desconforto.
–Misantropia:
algumas pessoas não são tímidas nem fóbicas, mas se irritam muito com os
outros; sentem raiva de gente com quem nunca conviveu. Tomam antipatia gratuita
e não fazem questão de conhecer ninguém e tão pouco interessam em interagir. Os
misantropos não gostam da companhia de outros humanos talvez porque, ao longo
da vida, foram vítimas de situações que geraram traumas e mágoas. Isso fez com
que ele perdesse a confiança e o prazer de se relacionar.
–Preguiça social:
Algumas pessoas evitam o convívio social simplesmente por falta de paciência.
Não acham graça em se relacionar e muito menos em “jogar conversa fora”. Em
razão dessa falta de afinidade costumam desenvolver uma riqueza interior capaz
de suprir a companhia das outras pessoas.
Vivem muito bem
consigo próprio e em meio livros, filmes e outras atividades prazeirosas.
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