Brasil cobra
explicações sobre morte de opositor de Maduro
Agência Brasil
O Primero Justicia
(PJ), partido do Fernando Albán, denunciou o caso como assassinato
O governo
brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, cobrou nesta
terça-feira (9) explicações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sobre a
morte do seu opositor Fernando Albán. Em nota, o Itamaraty informa que há
dúvidas sobre as circunstâncias em que ele morreu e pede investigação
transparente do caso.
O vereador
venezuelano Fernando Albán estava detido na sede do Serviço Bolivariano de
Inteligência (Sebin), sob acusação de envolvimento com o atentado contra
Maduro, no início de agosto. De acordo com a Polícia do país, ele teria se
jogado do décimo andar de um edifício na Plaza Venezuela de Caracas,
quando ia ser levado para os tribunais.
“As circunstâncias
da morte de Fernando Albán em instalações prisionais sob direto e integral
controle das autoridades venezuelanas suscitam legítimas e fundadas dúvidas
quanto a eventuais responsabilidades e exigem a mais rigorosa, independente e
transparente investigação”, diz a nota do Itamaraty.
De forma objetiva e
direta, o Itamaraty cobra explicações de Maduro: “O governo brasileiro recorda
a obrigação do Estado venezuelano e do governo do Presidente Nicolás Maduro de
garantir a integridade de todos aqueles que tenham sob sua custódia.”
O Ministério Público
da Venezuela informou que há uma investigação em curso. O Primero Justicia
(PJ), partido do vereador, denunciou o caso como assassinato.
Acnur
O Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou que vai
investigar a morte de Fernando Albán como parte do relatório elaborado
pelo Conselho de Direitos Humanos sobre os abusos cometidos na Venezuela.
Ravina Shamdasani,
porta-voz do Acnur, disse que a morte do vereador será um dos assuntos da
investigação sobre as violações dos direitos humanos da organização.
"O Conselho de
Direitos Humanos encarregou nosso escritório de elaborar um relatório sobre a
Venezuela, por isso, investigaremos todos os aspectos da situação dos direitos
humanos no país", disse ela.
Manifestação
Ontem, simpatizantes
de opositores venezuelanos presos se manifiestaram, em frente ao edificio do
serviço de inteligência Sebin. Com cartazes, eles exigem provas de vida de
opositores ao regime de Nicolás Maduro detidos nos últimos meses e a
que consideram presos políticos.
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