Brasil está
bem para resistir a choques, diz Goldfajn para FMI
Agência Brasil
Presidente do Banco
Central, Ilan Goldfajn, defende continuidade de reformas no Brasil
O Brasil está bem
posicionado para resistir a choques. Essa é a avaliação que o presidente do
Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, apresenta durante as reuniões do Fundo
Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, desde quinta-feira
(11) até domingo (14), em Bali, na Indonésia.
Goldfajn avalia que
o cenário global continua desafiador para os países emergentes, devido à
normalização das taxas de juros em economias avançadas, como os Estados Unidos.
Com taxa de juros mais alta no mercado norte-americano, investidores com
capital aplicado em países emergentes, como o Brasil, podem preferir tirar
recurso do país e investir em títulos do Tesouro americano. Esse é um dos
motivos que fazem com que o dólar se valorize em relação ao real. Goldfajn
também citou as incertezas no comércio internacional, o que pode afetar o
crescimento econômico global.
Goldfajn reforça que
o Brasil tem um balanço de pagamentos robusto, regime cambial flutuante (taxa
de câmbio definida no mercado), nível adequado de reservas internacionais
(acima de US$ 380 bilhões) e inflação baixa e controlada.
Segundo o presidente
do BC, o balanço de pagamento está em posição confortável, porque o
investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo da
economia) cobre mais de quatro vezes o déficit em transações correntes (compras
e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras
nações).
Goldfajn acrescenta
que o sistema financeiro brasileiro é resiliente e seus recursos vêm
principalmente de fontes domésticas, limitando o impacto dos choques globais.
O presidente do BC
também defende a continuidade das reformas no Brasil, especialmente a da
Previdência. “Apesar do progresso da agenda de reformas nos últimos dois anos,
o passo decisivo que é a reforma do sistema de aposentadorias ainda não foi
dado. O cenário financeiro global mais adverso reforça a necessidade de
continuação das reformas e ajustes, a fim de garantir a confiança na
sustentabilidade fiscal e gerar maior crescimento econômico”, afirma Goldfajn,
em seus apontamentos para a reunião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário