Maggi diz que
Brasil pode recorrer a OMC contra sobretaxas chinesas
Agência Brasil
Segundo o ministro
Blairo Maggi, as tentativas de negociação direta com o governo chinês não têm
obtido êxito
O ministro da
Agricultura, Blairo Maggi, disse nesta terça-feira (28) que o Brasil pode
acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as sobretaxas da
China para produtos brasileiros. Segundo o ministro, as tentativas de
negociação direta com o governo chinês não têm obtido êxito.
“Fomos em uma linha
de sempre tentar entender, tentar negociar, mas, infelizmente, não tivemos
sucesso. Então, a ideia é que temos que fazer um pouco de enfrentamento nesses
assuntos”, ressaltou após participar de evento na Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp).
Barreiras tarifárias
Dados do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostram que a China representou
cerca de 10% das exportações de açúcar entre 2011 e 2016, mas a aplicação de
uma sobretaxa como medida de salvaguarda pelos chineses, fez com que o valor
das exportações do produto caíssem 86% entre 2016 e 2017, de 2,5 milhões para
334 mil toneladas.
As medidas de
salvaguarda às importações de açúcar foram impostas em maio de 2017, no formato
de sobretaxa ao imposto de importação de 40%, o que resulta em uma alíquota de
90% sobre o valor do produto. No último ano, o açúcar foi o nono produto
brasileiro na pauta de exportações para a China.
Com relação ao
frango, a China iniciou a aplicação de medida antidumping provisória às
exportações brasileiras em junho do ano passado. A medida varia de 18,8% a
38,4% sobre o valor das importações, a depender da empresa, e abrange o frango
in natura, inteiro ou em partes, resfriado ou congelado. Atualmente, a China é
o destino de 10% das exportações brasileiras de frango, equivalentes a US$ 800
milhões por ano.
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