Para Trump,
pagamentos a supostas ex-amantes 'não são violação' de lei eleitoral
Agence France Presse
Donald Trump negou
reiteradamente ter qualquer conhecimento dos pagamentos na época
O presidente
americano, Donald Trump, alegou que os pagamentos feitos por um ex-advogado a
duas supostas ex-amantes para comprar o silêncio delas durante a campanha
eleitoral "não são uma violação" das leis eleitorais, segundo um
trecho de uma entrevista difundido nesta quarta-feira (22).
Na véspera, o
ex-advogado de Trump, Michael Cohen, reconheceu a culpa perante uma corte
federal de seis acusações de fraude e duas de violação de leis de financiamento
da campanha de 2016, por ter feito os pagamentos para silenciar mulheres que
supostamente tiveram casos com o então candidato republicano à Casa Branca.
Mas ao comentar os
pagamentos em entrevista ao programa noticioso "Fox and Friends",
Trump insistiu: "Isto não é nem mesmo uma violação de campanha".
"Eles [os
recursos] não saíram da campanha, saíram de mim e eu tuitei sobre isto",
acrescentou.
Em um duro golpe
para o presidente, Cohen detalhou no tribunal como ele fez os pagamentos -
supostamente à estrela de filmes pornô Stormy Daniels e à modelo da playboy
Karen McDougal - e alegou ter agido a pedido de seu chefe.
Trump negou
reiteradamente ter qualquer conhecimento dos pagamentos na época, embora tenha
aceitado que foram feitos usando seus recursos - aos quais Cohen teve acesso.
"Eu soube
posteriormente", reiterou Trump na entrevista.
O presidente
americano voltou as armas contra uma suposta violação de campanha, de US$
375.000 após as eleições de 2008.
"Se você olhar
para o presidente Obama, ele cometeu uma enorme violação de campanha, mas havia
um procurador-geral diferente e eles viram isto de forma muito diferente",
declarou Trump.
Embora o caso que
resultou na condenação de Cohen não esteja vinculado à investigação sobre um
possível conluio da campanha eleitoral de Trump com a Rússia, realizada pelo
procurador especial Robert Mueller, o mesmo abre a possibilidade de que ele
coopere com esta investigação, revelando informações para reduzir sua pena.
Consultada nesta
quarta-feira (22) sobre este cenário, a porta-voz da Casa Branca, Sarah
Sanders, disse que em sua opinião o presidente "não está nada
preocupado".
"Sabemos que
não fez nada de errado e que não houve conluio" com os russos,
acrescentou.
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