Nem toda mãe é boa
Simone
Demolinari
“Não tem um dia que
minha mãe não me critica. Por mais que eu me esforce, nunca consigo agradá-la.
Ela me trata com indiferença, tem uma nítida preferência pelo meu irmão, fala
mal de mim e nunca está de bem com a vida. Só reclama”.
“Nunca me senti
acolhido pela minha mãe. Sob o pretexto de não ter sido amada, ela sempre criou
os filhos de maneira egoísta. Deixava subentendido que éramos fardos pesados.
Fui crescendo com sentimento de culpa tão grande que me tornei hiper
responsável. Achava que tinha obrigação de cuidar dos meus irmãos, da casa e
trabalhar cedo. Sempre fui uma criança introspectiva”.
“Minha mãe sempre me
chamou de burra, ria das minhas roupas, me jogava praga e dizia que eu nunca
iria casar. Além disso, disputava comigo”
Sim, existem mães
que não são boas. Ao invés de porto seguro são verdadeiros navios à deriva:
-–Desconectadas da
necessidade dos filhos (preocupam mais consigo, egoístas).
-–Sentem dificuldade em acolher (são frias).
–Competitivas (quer a atenção para si).
–Impacientes (alta agressividade).
–Chantagistas (discurso vitimista).
–Abandonam o filho (o abandono não precisa ser físico para ser considerado).
–Superprotege (impede o desenvolvimento da individualidade e da segurança).
–Críticas (sob a justificativa de querer o bem, ofendem gratuitamente).
–Ditadoras (não aceitam ser questionadas)
-–Sentem dificuldade em acolher (são frias).
–Competitivas (quer a atenção para si).
–Impacientes (alta agressividade).
–Chantagistas (discurso vitimista).
–Abandonam o filho (o abandono não precisa ser físico para ser considerado).
–Superprotege (impede o desenvolvimento da individualidade e da segurança).
–Críticas (sob a justificativa de querer o bem, ofendem gratuitamente).
–Ditadoras (não aceitam ser questionadas)
Chegar a conclusão
que nossa mãe não é tão boa quanto idealizamos, é um processo dolorido. Por
isso, muitas vezes, negamos essa realidade. Porém, há mães que só conseguem ser
“mães de verdade” em relação aos cuidados do filho: não deixam faltar roupa,
comida, higiene, não descuidam da saúde, etc. Mas no aspecto emocional são
verdadeiros fiascos. Para fora, parecem pessoas ótimas, mas com os filhos são
cruéis. Ainda mais quando usam do perverso método de “morder e assoprar”. Esse
duplo padrão que ora agride ora ama, deixa no filho uma sensação dúbia de
desamparo misturado com forte sentimento de culpa–uma receita infalível para
uma baixa autoestima.
Os filhos órfãos do
aconchego materno podem desenvolver alguns comportamentos, tais como:
tolerância a relacionamentos abusivos, ou seja, pessoas que mesmo percebendo o
cenário tóxico, não conseguem romper o vínculo doentio e temem o abandono; a
alta generosidade, sendo doadores universais e por isso, grande parte das
vezes, são explorados pelos outros. Mesmo percebendo o cenário, sentem
dificuldade em mudar e em dizer “não”.
Outras
possibilidades: sensação de solidão, já que o desamparo materno deixa uma
carência afetiva pois amplia a sensação de vazio existencial; o medo do
julgamento, já que sentem, com mais intensidade, quando são criticados por isso
buscam aprovação alheia. Podemos citar ainda a sensação de inadequação, em
especial no campo do amor, onde só se sente confortável se estiver na condição
de agradar o outro. Se comporta como se estivesse em débito. Para fechar, temos
o desconforto social (reflexo do desconforto interno) e o perfeccionismo, já
que são pessoas que se exigem demais. Se submetem a um crivo muito apertado e
nunca se consideram bons o suficiente.
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