Celular, uma hipnose coletiva
Simone
Demolinari
Acredita-se que em
média verificamos o smartphone entre 150 e 200 vezes por dia, todos os dias.
Além disso, um estudo recente feito pela Global Web Index, revelou que os
brasileiros ficam em torno de três horas e quarenta minutos on line pelos
celulares todos os dias. O número é crescente, uma vez que em 2012 essa marca
era de apenas 1 hora e dezoito minutos por dia.
Dessa forma, o
Brasil ocupa a terceira posição no ranking dos países com mais tempo on line,
perdendo apenas para Tailândia e Arabia Saudita. Um fato curioso revelado no
estudo, foi que as pessoas de países subdesenvolvidos ficam mais tempo on line
do que as de países desenvolvidos.
Sob o ponto de vista
psicológico, talvez isso seja explicado pelo fato da internet ser um artifícios
fácil de distração e uma fonte de prazer assim como a bebida, cigarro, drogas,
festas, consumismo. Uma mecanismo de satisfação que pode gerar dependência.
Celular, o novo
cigarro.
Muitos de nós já
somos dependentes do celular e podemos observar isso quando não conseguimos
sair de casa sem o telefone e se o esquecemos voltamos para buscar; quando não
desgrudamos do aparelho e o posicionamos na mesa para verifica-lo com
frequência; quando não conseguimos desliga-lo para dormir e, geralmente, é a
primeira coisa que fazemos ao acordar.
Assim como outros
vícios, o celular também gera prejuízos, não só financeiros como também
emocionais. As diversas mídias, facebook, whatsapp, instagram, mensagens,
twitter, jogos, notificações faz com que recebamos um excesso de estimulação
que gera uma série de problemas como: ansiedade, impaciência, irritabilidade,
alterações no sono, memória, dificuldade para relaxar e se desligar.
Mas, talvez, o mais
perceptível, seja a dificuldade de concentração. Estudos recentes mostram que
após a chegada do celular, nossa capacidade de concentração diminuiu
consideravelmente, estando atualmente entre 3 a 5 minutos. Conseguimos perceber
isso claramente na dificuldade de ler textos grandes, ver videos longos,
esperar o interlocutor concluir o assunto sem interrompe-lo, ver um filme
inteiro sem verificar o celular, ou seja, há uma impaciência atrelada à
dificuldade de concentração.
A
dependência tecnológica ainda não é catalogada como um transtorno oficial,
mas esse termo se refere a um comportamento de adicção tendo até um nome para
referencia-lo: nomofobia. Nome cunhado na Inglaterra para descrever o medo de
ficar sem celular (no = não; mo = mobile; fobia = medo).
O preço de ser um multiconectado não é barato, estamos cada dia que passa com nossa mente mais agitada, perdendo qualidade de sono e de vida.
A linha que separa o uso do abuso é tênue. Saber gerenciar o tempo com atividades úteis e construtivas, está exclusivamente na nossa mão.
O preço de ser um multiconectado não é barato, estamos cada dia que passa com nossa mente mais agitada, perdendo qualidade de sono e de vida.
A linha que separa o uso do abuso é tênue. Saber gerenciar o tempo com atividades úteis e construtivas, está exclusivamente na nossa mão.
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