Trump compara
imigrantes a cobras traiçoeiras
Agência France
Presse
Em uma incendiária
crítica, o presidente mencionou a oposição democrata, que não apoia sua
política de endurecimento das leis migratórias
O presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, equiparou nesta sexta-feira (23) os imigrantes a
cobras traiçoeiras, retomando uma alegoria própria de sua campanha eleitoral em
sua retórica anti-imigração.
Em uma incendiária
crítica, o presidente mencionou a oposição democrata, que não apoia sua
política de endurecimento das leis migratórias, e urgiu ao Congresso aprovar a
construção do muro fronteiriço com México, uma de suas principais promessas.
Ante a conferência
CPAC, um dos fóruns mais importantes dos conservadores americanos, Trump leu a
letra da canção "The Snake", de 1968, de Al Wilson, sobre um animal
doente que recompensa a "mulher bondosa" que o ajudou a se recuperar
com uma picada venenosa.
"Vocês têm que
pensar nisso em termos de imigração", assinalou o presidente, antes de
compartilhar essa música baseada em uma fábula de Esopo.
"'Eu te
salvei', gritou a mulher/'E você me picou, mas por quê?/Você sabe que sua
picada é venenosa e agora eu irei morrer'/'Oh, cale-se, mulher tola', disse o
réptil com um sorriso/'Você sabia muito bem que eu era uma cobra antes de me
acolher'", recitou Trump em meio aos aplausos do público.
"Isso é o que
estamos fazendo com nosso país", concluiu. "Estamos deixando as
pessoas entrarem, e vai haver muita gente. Só vai piorar. Damos proteção a eles
como nunca antes".
Trump, que também
apelou para esta metáfora ao completar 100 dias de governo em um comício na
Pensilvânia, destacou que "uma nação forte deve ter fronteiras
fortes".
"Fazemos um
chamado ao Congresso para que construa um grande muro fronteiriço para evitar
que drogas e criminosos perigosos entrem em nosso país", declarou.
Trump também
aproveitou para repassar as conquistas dos agentes de controle migratório,
dizendo que no ano passado prenderam mais de 100 mil estrangeiros que cometeram
"milhares de crimes", e reforçou seu rechaço às jurisdições do país
nas quais as autoridades se negam a identificar os migrantes em situação ilegal
ante os agentes federais para sua deportação.
"Estamos
tomando medidas enérgicas contra as cidades-santuário", disse, depois de
ameaçar na quinta-feira retirar as tropas federais do estado da Califórnia por
sua negativa em cooperar com a detenção de migrantes em situação ilegal.
Na CPAC, Trump
também criticou a oposição democrata por não apoiar sua proposta de regularizar
os "dreamers", jovens chegados ilegalmente ao país quando crianças.
"Os democratas
estão sendo totalmente insensíveis", assinalou, questionando o que considerou
uma falta de resposta para substituir o programa de Ação Diferida para os
Chegados na Infância (Daca).
Trump se declarou
cético sobre a possibilidade de conseguir uma alternativa para esses jovens
imigrantes, a maioria latino-americanos. "E não é por causa dos
republicanos, é pelos democratas".

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