Mercado
Central é o ponto mais desejado por turistas que visitam a capital mineira
Ana Júlia Goulart
O casal Juliana e
Jocemário e os filhos Gabriela e Vinícius sempre vão ao Mercado Central quando
estão em BH
Ponto de encontro
para quem vive na capital, parada obrigatória para os visitantes. Famoso por
oferecer variados sabores e aromas, o Mercado Central de Belo Horizonte é o
cartão-postal mais desejado pelos turistas que passam pela metrópole. A
constatação está em uma pesquisa por amostragem feita pela Fecomércio em
parceria com a Belotur.
Com quase nove
décadas de história, o espaço foi o preferido de 17,6% dos 737 visitantes que
estiveram na cidade de 6 a 12 de novembro. Bares e restaurantes e o Conjunto
Moderno da Pampulha aparecem logo em seguida, com, respectivamente, 15,5% e
12,5% dos votos.
Na capital pela
terceira vez, Juliana de Souza e Jocemário Dartora, que vieram de Caxias do Sul
(RS), não deixam de ir o Mercado Central. Para eles, o local resume a cultura,
a gastronomia e o jeito de viver mineiro. “É a alma de BH, retrata muito bem
tudo que tem a cidade”, disse.
A partir de janeiro
é na capital de Minas que o casal e os filhos Vinícius, de 2 nos, e Gabriela,
de 6, irão morar. “Estamos tão ansiosos que já viemos visitar várias vezes. É
uma forma de ir habituando com a cultural com a qual passaremos a conviver em
breve. E a mala sempre volta cheia de presentes”, diz Jocemário.
Pesquisa mostrou que o perfil dos visitantes está mudando: 27% deles
vieram para Belo Horizonte a lazer ou descanso e 24% a trabalho
Da casa
Quem é filho da terra
também nutre verdadeiro amor pelos corredores do Mercado Central. Que o diga a
aposentada Elza Fernandes. Há 74 anos, ela frequentando o espaço. “Comecei a
vir aos 10, e era bem menor. Hoje é essa maravilha. Amo muito esse lugar”.
De loja em loja,
Elza compra tudo que precisa para a casa. Mesmo sendo um pouco mais distante de
onde mora, no bairro Gameleira, Oeste da cidade, o mercado é o destino diário e
preferido da mineira.
Outros pontos
No quesito serviços,
5% dos turistas ouvidos pela pesquisa da Fecomércio elogiaram a culinária.
Diversão noturna e a hospedagem completam a lista dos três itens mais
preferidos pelos visitantes.
De infraestrutura,
destaque para os espaços para a realização de eventos, o serviço de internet
móvel e os táxis. O atendimento nos pontos turísticos e nos bares também
agradou. “Já imaginávamos os dados como vieram, mas chama a atenção todos
os quesitos sendo avaliados de forma positiva pelos visitantes”, destaca a
analista de turismo da Fecomércio, Milena Soares. Segundo ela, 71% dos turistas
tiveram as expectativas alcançadas em relação ao município e 93% pretendem
retornar.
Melhorias
Mesmo com as
avaliações positivas, os órgãos sabem que há necessidade de melhorias. De
acordo com o diretor de Políticas de Turismo e Inovação da Belotur, Marcos
Buffa, o desafio principal é o conjunto da Pampulha, chancelado como Patrimônio
Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco). Apesar de ser o terceiro atrativo mais elogiado pelos
turistas, ele também foi criticado por quase 5% dos visitantes.
“Estamos trabalhando
com grupos especializados, e a Pampulha é o nosso foco em 2018. Entre o título
e a nova gestão, tivemos um prazo e há um mês retomamos os trabalhos para
melhorar o turismo na região”, conta o diretor da Belotur.
Mais dados
A pesquisa foi
aplicada em locais que servem como porta de entrada para BH, como o aeroporto
de Confins, na região metropolitana, e o terminal rodoviário, no Centro.
Segundo a amostragem, o perfil do visitante tem mudado. Antes lembrada pelo
turismo de negócios, agora a capital é procurada por quem busca de lazer e
diversão. O levantamento, porém, não apontou apenas elogios à metrópole. Mais
da metade dos entrevistados (53,1%) não gostaram do Centro da cidade. Os
problemas citados foram os moradores de rua e a limpeza da área.
Em nota, a
Subsecretaria de Assistência Social informou ter constatado que grande parte da
população em situação de rua está concentrada na área por conta do trabalho de
reciclagem, do qual muitos sobrevivem. Ainda em dezembro, a prefeitura irá
inaugurar uma unidade de acolhimento na avenida Paraná, no hipercentro,
disponibilizando cem novas vagas para esse público.
Já a
Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) disse que, diariamente, cerca de 300
funcionários (entre garis, motoristas, encarregados e equipes de apoio) removem
oito toneladas de lixo depositadas nas ruas do hipercentro de BH. Outras 70
toneladas são oriundas da coleta domiciliar. Na área que abrange as avenidas
dos Andradas, Alfredo Balena, Augusto de Lima, Olegário Maciel e Contorno,
incluindo a Praça 7, a SLU informou que o serviço de varrição é feito três
vezes ao dia, de segunda-feira a sábado.
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