Busca
internacional por submarino argentino perdido é intensificada
Agência France
Presse
No domingo, (26), um
minissubmarino de resgate levado ao país pela Marinha dos Estados Unidos zarpou
do porto de Comodoro Rivadavia, a 1.750 quilômetros ao sul de Buenos Aires, a
bordo de um navio civil de bandeira norueguesa
A difícil busca pelo
submarino argentino "ARA San Juan", perdido no Atlântico Sul,
continuava nesta segunda-feira, (27), com o rastreamento realizado por uma
coalizão internacional em um ambiente "extremo e adverso".
"Infelizmente
ainda não temos a localização ou detecção do submarino San Juan", informou
nesta segunda em Buenos Aires o porta-voz da Armada, Enrique Balbi.
A busca do submarino
e de seus 44 tripulantes se concentrava em um raio de 36 quilômetros dentro da
área geral de rastreamento no Atlântico Sul, a cerca de 450 quilômetros da
costa da Patagônia.
"Depois de 12
dias de buscas, a situação, o ambiente, não param de ser extremos e
adversos", mas "não podemos confirmar nem sermos categóricos até termos
mais evidências", acrescentou.
"Todos os meios
estão mobilizados" para localizá-lo, assegurou Balbi.
Detalhou que o navio
"Skandi Patagônia" mapeava o fundo do mar com a ajuda de outros cinco
barcos de diferentes nacionalidades.
As condições
meteorológicas eram "regulares" nesta segunda, mas poderiam se
complicar com o passar das horas, segundo a Armada.
Catorze países
participam da operação, mas os que contam com "tecnologia e meios modernos
mais adequados são Estados Unidos e Rússia, como um legado do desenvolvimento
na Guerra Fria", indicou à AFP o engenheiro naval e especialista em
submarinos Horacio Tettamanti.
A embarcação foi
projetada para não ser notada. "A detecção de um submarino é um processo
muito difícil e há muitos fatores que entram no jogo, como o clima", disse
Adam Slavinsky, piloto de um avião P-8 da Marinha dos Estados Unidos.
A aeronave americana
assentou sua base de operações em Puerto Belgrano, a maior unidade da Armada
(Marinha de guerra) da Argentina. De lá são coordenadas as missões de busca.
Dois aviões
americanos, equipados com câmeras e escaneadores, realizam as operações de
busca durante as 24 horas do dia com três equipes.
Estas aeronaves
também lançam boias com sensores para tentar detectar o submarino em
profundidade, comprovou um cinegrafista da AFP a bordo da missão.
No domingo, (26), um
minissubmarino de resgate levado ao país pela Marinha dos Estados Unidos zarpou
do porto de Comodoro Rivadavia, a 1.750 quilômetros ao sul de Buenos Aires, a
bordo de um navio civil de bandeira norueguesa.
A cápsula chegará
nesta segunda à área de busca pronta para submergir a até 610 metros de
profundidade e se acoplar ao "ARA San Juan", caso seja encontrado,
para realizar o eventual resgate.
Outro
minissubmarino, de origem russa e equipado para escanear o fundo do mar, será
levado à área de busca nos próximos dias.
Tettamanti considera
que após 14 dias não há mais possibilidade de encontrar sobreviventes.
A última comunicação
do "ARA San Juan" ocorreu na quarta-feira, (15), às 13h45 GMT (11h45
de Brasília). Havia tido um problema com as baterias.
O motivo do
desaparecimento "pode ser uma explosão, um incêndio, ou uma repentina
inundação", conjecturou Tettamanti.
A Armada considera
que os marinheiros ainda podem estar "em condições de sobrevivência
extrema".
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