Concentração
de dióxido de carbono na atmosfera bate recorde em 2016
Agência Brasil
Segundo a OMM,
atualmente a concentração de CO2 na atmosfera representa 145% dos níveis
pré-industriais (antes de 1750)
A concentração de
dióxido de carbono (CO2) na atmosfera aumentou em 2016 até atingir níveis
recordes, informou hoje (30) a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em seu
boletim anual sobre o impacto dos gases de efeito estufa.
A informação é
publicada poucos dias antes do início da Conferência da ONU sobre Mudança
Climática, que será realizada entre os dias 6 e 17 de em novembro na cidade
alemã de Bonn.
Em 2016, a
concentração atmosférica de CO2 - principal gás de efeito estufa de longa
duração - alcançou 403,3 partes por milhão (ppm), acima das 400 registradas em
2015.
Segundo a OMM, atualmente a concentração de CO2 na atmosfera representa 145% dos níveis pré-industriais (antes de 1750).
Segundo a OMM, atualmente a concentração de CO2 na atmosfera representa 145% dos níveis pré-industriais (antes de 1750).
A agência da ONU
atribui o aumento recorde de 3,3 partes por milhão da média anual, em parte, ao
resultado das atividades humanas combinadas com um intenso impacto do fenômeno
meteorológico El Niño, que teve devastadores efeitos em várias áreas do mundo
entre 2015 e os primeiros meses de 2016.
O fenômeno provocou
secas nas regiões tropicais e reduziu a capacidade dos "sumidouros" -
como as florestas, a vegetação e os oceanos - para absorver CO2.
Em observações
diretas, não se viram esses níveis de concentração de CO2 em 800 mil anos,
assegura a OMM em seu boletim.
Se forem empregados
os indicadores indiretos para medir a quantidade de CO2 na atmosfera, níveis
similares aos de agora foram observados no período de 3 milhões a 5 milhões de
anos, ou seja, no Plioceno Médio, quando a temperatura era de 2 a 3 graus
superior e o nível do mar entre 10 e 20 metros acima do atual.
O crescimento
demográfico, as práticas agrícolas mais intensivas, o maior uso da terra,
aumento do desmatamento, a industrialização e o uso de energia procedente de
fontes fósseis contribuíram para uma aceleração da taxa de aumento da
concentração de gases de efeito estufa na atmosfera desde o início da era
industrial.
"Infelizmente,
não vimos números positivos na concentração dos principais gases de efeito
estufa até agora", disse, em entrevista coletiva. o secretário-geral da
OMM, Petteri Taalas, que enviou mensagem aos governos: há "necessidade
urgente de elevar o nível de ambição se queremos cumprir seriamente os
objetivos do Acordo de Paris".
O Acordo de Paris
tem como objetivo evitar que o aquecimento global supere os 2 graus centígrados
no final deste século em relação aos níveis pré-industriais, embora as nações
tenham se comprometido a fazer todos os esforços necessários para não
ultrapassar 1,5 grau.
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