Fiocruz
descobre que pernilongo comum pode transmitir o vírus zika
Da Redação (*)
O genoma do vírus
Zika, coletado no organismo de mosquitos do gênero Culex, foi sequenciado por
cientistas da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco
Dados consistentes
encontrados por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, no
Recife, mostram que o pernilongo comum (Culex quinquefasciatus),
tipicamente urbano, pode ser um dos transmissores do vírus zika, além do vetor
já conhecido e temido Aedes Aegypti.
Por meio de
sequenciamento genético, os pesquisadores do Departamento de Entomologia da
instituição descobriram que o zika consegue alcançar a glândula salivar do
animal. Em laboratório, a equipe comprovou que o vírus é capaz de se replicar
dentro do mosquito.
Os resultados do
estudo foram publicados, ontem, na revista Emerging microbes & infections,
do grupo Nature. O artigo é intitulado “Zika virus replication in the
mosquito Culex quinquefasciatus in Brazil” e pode ser encontrado na íntegra
na internet.
Para a coordenadora do estudo, Constância Ayres, o artigo demonstra, “de
diversas formas”, a possibilidade do Culex ser um dos vetores do vírus zika
Aprofundamento
A pesquisa foi
conduzida pela Fiocruz Pernambuco na Região Metropolitana do Recife, onde a população
do Culex quinquefasciatus é cerca de vinte vezes maior do que
a de Aedes aegypti.
De acordo com a
instituição, o artigo “demonstra” a possibilidade de transmissão do vírus zika
por meio do pernilongo na cidade e não somente pelo Aedes Aegypti.
O próximo passo é
analisar “o conjunto das características fisiológicas e comportamentais, no
ambiente natural, para entender o papel e a importância dessa espécie na
transmissão do vírus zika”, informou a instituição em comunicado.
765 casos prováveis de zika foram registrados em Minas Gerais neste ano,
até o dia 31 de julho, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde
Evolução
O genoma do zika já
havia sido sequenciado em 2016 pelo Departamento de Virologia e Terapia
Experimental da Fiocruz Pernambuco, em parceria com pesquisadores da
Universidade de Glasgow, na Escócia, mas na ocasião foi usada uma amostra
humana.
Esse sequenciamento
é uma espécie de mapa de cada gene que forma o DNA do vírus. Agora, pela
primeira vez no mundo, o mapeamento é feito a partir do mosquito.
(*) Com Agência
Brasil

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