Coreia do
Norte diz ter lançado primeiro míssil intercontinental
Estadao Conteudo
Uma mulher observa
uma TV de uma estação ferroviária de Seul, na Coreia do Sul, que mostra imagem
de um lançamento de míssil balístico da Coreia do Norte
A Coreia do Norte
anunciou nesta terça-feira que testou com sucesso um míssil balístico
intercontinental (ICBM), o que representaria uma nova etapa crucial para
alcançar o objetivo de ter a seu alcance o território dos Estados Unidos.
O lançamento
"histórico" do míssil Hwasong-14 foi supervisionado pelo líder do
país, Kim Jong-Un, de acordo com um boletim de notícias especial da televisão
estatal norte-coreana.
O míssil alcançou
uma altitude de 2.802 km e sobrevoou uma distância de 933 km, segundo a
emissora.
O ministério da
Defesa do Japão calculou que o míssil "alcançou uma altitude que superou
2.500 km, voou durante 40 minutos, percorreu 900 km e caiu no Mar do
Japão".
Em uma reação ao
lançamento, o presidente americano Donald Trump questionou no Twitter:
"Este cara não tem algo melhor para fazer com sua vida?", em
referência ao líder norte-coreano Kim Jong-Un.
"É difícil
acreditar que Japão e Coreia do Sul vão suportar isto por muito mais
tempo", completou.
Aliada histórica do
regime norte-coreano, a China pediu "contenção" a todas as partes e
esforços para superar de forma pacífica as tensões.
O presidente chinês
Xi Jinping, que viajou na segunda-feira a Moscou, concordou com o colega russo
Vladimir Putin sobre a necessidade de "diálogo e negociação",
informou a agência estatal Xinhua.
- 'Potência nuclear
forte' -
A Coreia do Norte é
uma "potência nuclear forte" dotada de um "ICBM muito poderoso
que pode alcançar qualquer lugar do mundo", anunciou a televisão estatal
do país.
"O teste com
êxito de um ICBM é um avanço maior na história de nossa república",
completou a emissora.
O canal exibiu
imagens da ordem de Kim Jong-Un, com data de segunda-feira e escrita a mão, na
qual o dirigente determina o teste.
A Coreia do Norte,
que realizou cinco testes nucleares e dispõe de um pequeno arsenal atômico,
tenta produzir mísseis ICBM alcançar o território americano.
Pyongyang justifica
os programas com a ameaça representada pelos Estados Unidos, país que mantém
28.000 soldados em bases na Coreia do Sul.
A escalada de
tensão, no Dia da Independência dos Estados Unidos, acontece uma semana depois
de um encontro de Trump com o novo presidente sul-coreano Moon Jae-In para examinar
a "ameaça" do regime comunista.
David Wright,
analista da ONG Union of Concerned Scientists, afirmou que a Coreia do Norte
conseguiu aumentar o alcance de seus mísseis e este último foguete, por suas
características, poderia ter atingido "qualquer ponto do Alasca".
O Comando dos
Estados Unidos no Pacífico informou que o míssil lançado a partir da terra, de
médio alcance, não representou uma ameaça para o país.
Após o encontro com
o presidente sul-coreano na semana passada em Washington, Trump afirmou que a
"ameaça" norte-coreana exigia uma "resposta firme".
Pyongyang lançou
vários mísseis desde a chegada ao poder de Moon, favorável a mais sanções para
impedir que o país vizinho desenvolva seu arsenal nuclear, mas que também não
fechou a porta ao diálogo.
- Trump espera ação
da China -
Desde que chegou à
Casa Branca, Trump tenta convencer a China a exercer uma influência maior para
conter o governo da Coreia do Norte, mas até o momento este plano não
apresentou resultados.
"Talvez a China
faça um movimento duro com a Coreia do Norte e acabe com este absurdo de uma
vez por todas", escreveu em outro tuíte.
O porta-voz da
diplomacia de Pequim, Geng Shuang, destacou algumas horas depois os
"esforços incessantes" da China para resolver a crise.
Nos últimos meses,
Washington adotou medidas para demonstrar sua força militar, em reposta ao que
foi considerado como uma tentativa agressiva de mostrar força por parte da
Coreia do Norte.
O governo americano
realizou no mês passado um teste de seu escudo antimísseis intercontinental.
Pela primeira vez,
um foguete interceptor baseado em terra foi lançado da Califórnia, atingiu e
destruiu um míssil balístico intercontinental disparado do meio do Pacífico.
Em maio, a China
testou um novo míssil no Mar de Bohai, perto da península coreana.
Pyongyang tenta
desenvolver um míssil balístico intercontinental com capacidade para
transportar ogivas nucleares. Pacotes sucessivos de sanções impostos pela ONU
desde um primeiro teste nuclear norte-coreano em 2006 não conseguiram dissuadir
o país.
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