Amor, sexo e orgasmo
Simone
Demolinari
Dia 31 de julho é
comemorado o dia do orgasmo. A celebração da data é recente, nasceu na
Inglaterra a partir dos anos 90 com o intuito de promover o debate sobre a
dificuldade que muitas pessoas sentem de alcançar o ápice do prazer sexual.
Falar abertamente
sobre o assunto é importante, pois além de facilitar o acesso às informações
relevantes, ainda desmistifica o tabu. Atingir o orgasmo nem sempre é fácil,
passa pelo conhecimento do próprio corpo, desinibição e intimidade entre os
parceiros. É importante ressaltar que intimidade não tem a ver com o tempo de
relação. É possível um casal ter vários anos de convivência, mas não ter
abertura para falar sobre esse tipo de assunto. Nesse caso, falta intimidade.
A dificuldade em
atingir o prazer é maior entre as mulheres: estima-se que 10% delas sentem
orgasmo em todas as relações sexuais, 20% às vezes e 70% raramente ou nunca
sentiram. Essa variação pesa basicamente sobre fatores emocionais. É sobre eles
que vou tratar.
Tudo começa na
infância com as meninas tendo uma educação repressora em relação à sua
sexualidade. Em casa, na escola, na sociedade, meninas e meninos são educados
de forma diferente. Elas são incentivadas a “se valorizarem” através da
inibição do desejo sexual. Enquanto eles são estimulados a se desenvolverem,
por vezes até precocemente. Na adolescência a coisa não muda muito. Elas
continuam sendo submetidas a uma conduta castradora enquanto eles já desfrutam
dos prazeres sexuais. Com tantos estímulos masculinos e repressão feminina,
nada mais previsível que chegarem à vida adulta com comportamentos díspares.
Isso fica evidente através de algumas condutas: mulheres pensam menos em sexo,
tem maior pudor para trair, preocupação com o número de parceiros, dificuldade
em separar amor de sexo, medo de ficarem “mal faladas”, algumas ainda mantém o
desejo de casar virgem, tem dificuldade em atingir o orgasmo e facilidade para
fingi-lo.
Embora isso tenha
mudado bastante, algumas mulheres ainda se preocupam mais em proporcionar
satisfação ao seu parceiro do que em sentir prazer.
Se colocam
sexualmente de forma ousada, insinuante e disposta sendo seu maior deleite
impressionar o outro.
Um estudo feito com mulheres entre 18 e 48 anos investigou o motivo pelo qual elas gemiam mais que os homens durante o sexo. A maioria respondeu que fazia isso para proporcionar excitação a eles. Mesmo não estando nem perto de atingirem o orgasmo, elas gemiam para dar sinais de que estariam gostando, e assim fazer com que eles chegassem ao ápice do prazer.
Um estudo feito com mulheres entre 18 e 48 anos investigou o motivo pelo qual elas gemiam mais que os homens durante o sexo. A maioria respondeu que fazia isso para proporcionar excitação a eles. Mesmo não estando nem perto de atingirem o orgasmo, elas gemiam para dar sinais de que estariam gostando, e assim fazer com que eles chegassem ao ápice do prazer.
O estudo também
mostrou que apesar das mulheres sentirem-se mais excitadas nas preliminares, os
gemidos ocorriam com mais frequência durante a penetração, o que confirmou que
os sussurros não eram uma reação de prazer e sim de estímulo ao parceiro.
Mesmo com tantas conquistas no campo da liberdade sexual, ainda há muito o que se evoluir.
Mesmo com tantas conquistas no campo da liberdade sexual, ainda há muito o que se evoluir.
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