Grampeados,
presidente Michel Temer e senador Aécio Neves estão na berlinda
Amália Goulart
AÉCIO – Senador não
fez aparição pública nessa quinta-feira, mas enviou nota negando prática
ilícita
O presidente Michel
Temer (PMDB) resistiu. O senador Aécio Neves (PSDB) está na berlinda. A irmã
dele, Andréa Neves, foi parar na penitenciária feminina Estevão Pinto.
Personagens centrais da trama que derrubou a Bolsa de Valores, paralisou as
reformas da Previdência e trabalhista, todos eles foram do céu ao inferno em
poucos meses.
O desfecho da
história ainda não está escrito, mas atola de vez o país em uma grave crise
política e econômica. A Bolsa fechou com queda de 8,79% e o futuro do país é
incerto.
Aécio Neves foi o
primeiro senador mineiro a ser afastado cargo. O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, pediu a prisão dele. O ministro relator do caso, Edson Fachin,
negou. Mas o procurador pode recorrer e ter o recurso analisado pelo plenário do
Supremo Tribunal Federal.
Aécio e Temer foram
grampeados pelo empresário Joesley Batista dono da JBS. Por isso, foram alvo de
mandados judiciais ontem. Além deles, o senador Zezé Perrella (PMDB) e o
assessor dele, Mendherson Souza Lima, tiveram a casa vasculhada.
A irmã de Aécio,
Andréa Neves, foi presa. Tida como principal articuladora política do irmão,
ela é acusada de pedir dinheiro aos donos da JBS. Já o senador, foi grampeado
ao solicitar R$ 2 milhões.
Aécio saiu das
urnas, em 2014, com 51 milhões de votos e era um dos nomes do PSDB para a
sucessão de Temer. Já o presidente, anunciou que fica no cargo, mesmo com a
pressão de aliados. Ainda ontem, um ministro pediu demissão, outros dois
ameaçam abandonar o governo. PSDB, PPS e PSB avaliam a possibilidade de deixar
a base. “Meu governo viveu, nesta semana, seu melhor e pior momento”, disse
Temer ao informar, de forma enfática, que não irá renunciar.
No início da semana,
o IBGE divulgou o saldo positivo no indicador que mede a criação de empregos.
Foram 59 mil novos postos em abril. A previsão da inflação também convergia
para a meta, ao fim do ano, em 4,5% conforme o Banco Central. Boas notícias que
puxavam outros setores.
A perspectiva de
aprovar as reformas era crescente no Congresso. Era o melhor momento a que
Temer se referiu. Mas, na noite de anteontem, diálogos gravados pelo empresário
e entregues ao Supremo Tribunal Federal incendiaram o Planalto.
Temer, em conversa
com o empresário Joesley Batista, o incentivou a “ficar bem” com o deputado
preso Eduardo Cunha (PMDB). No diálogo, Joesley, dono da holding J&F, diz
que acertou tudo com Cunha. Também ouviu relatos para barrar a “Lava Jato” e
antecipou ao empresário a redução da taxa de juros.
Porque toda vez que um político e pego com a "mão na grana" eles colocam a foto dele rezando? Rezando pro Pixuleco?
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