terça-feira, 13 de dezembro de 2016

EXISTE UMA PASSAGEM SECRETA PARA A SAÍDA DOS POLÍTICOS CORRUPTOS?



Em Brasília, estão doidos por recesso para achar uma saída

Orion Teixeira 





A primeira lista de só um diretor da Odebrecht causou tanto pânico que, em Brasília, todos anseiam pelo início do recesso parlamentar, buscando sobrevida a partir do período natalino até fevereiro, quando o Congresso Nacional retomaria os trabalhos. Falta combinar com os investigadores e delatores, que seguem outro calendário. O dia todo no país foi de boataria, apontando para um futuro incerto e devastador. Em São Paulo, o derretimento de Michel Temer, na presidência da República, era dado como inevitável.
Há risco de a gestão dele não chegar ao final de 2018, com base nos desacertos da economia. A piora foi acentuada com a situação política após a denúncia do primeiro delator de que Temer e Eliseu Padilha teriam levado R$ 10 milhões para campanhas eleitorais do partido deles (PMDB). Na pesquisa, a avaliação do governo, segundo o Datafolha, tem 51% que o consideram ruim ou péssimo. Há seis meses, eram 42%.
No Congresso Nacional, Temer está perdendo apoio de sua base política, o que o obrigaria a refazer o ministério para se recompor politicamente. Se não reagir, a queda será mais rápida. Está buscando desesperadamente apoio o político dos tucanos e lançar medidas na área econômica. As crises crescem velozmente. Agora, 63% da população, de acordo com o mesmo Datafolha, querem a renúncia de Temer para haver eleições diretas.
Depois dos R$ 10 milhões de Temer e Padilha, há informação de outras delações que envolvem o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), de receber R$ 6 milhões no ano de 2010. Um terceiro caso, segundo o primeiro delator, diz respeito ao pagamento de R$ 1 milhão ao senador José Agripino Maia (DEM-RN) em 2014, que, segundo Cláudio Melo (diretor da Odebrecht), foi resultado de acerto feito entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), identificado como “Mineirinho”, e o dono da construtora, Marcelo Odebrecht. O dinheiro teria ido para as campanhas do DEM. Todos negam envolvimento e dizem que os recursos doados foram registrados na Justiça Eleitoral.
Ainda ontem, saiu mais uma prévia da segunda lista na qual o tucano mineiro Ziza Valadares figura, na condição de diretor da Light, como recebedor de R$ 1,5 milhão em troca de reduzir uma dívida da Supervia, concessionária de trens do Rio controlada pela Odebrecht, durante os governos tucanos. A Light é controlada pela Cemig, estatal do governo mineiro. Conforme o Globo, a delação foi feita por Paulo Cesena, presidente da Odebrecht Transport.
Faltam ainda outras 76 delações só da Odebrecht, incluindo a dos donos da empreiteira, Emílio (pai) e Marcelo (filho), esse preso em Curitiba há um ano seis meses.
Kalil caça terceirizados
Quem são eles? Onde estão e o que fazem? Há necessidade de 18 mil na prefeitura de Belo Horizonte? Essas são as perguntas que o prefeito eleito, Alexandre Kalil (PHS), e sua equipe estão se fazendo antes de anunciar o corte de 1.500 cargos de chefia (comissionados) e de 8 mil terceirizados. A expectativa, hoje, é de uma economia de R$ 600 a 900 milhões por ano. Considerados pela equipe de transição como “caixa-preta”, os terceirizados não têm registros sequer no diário oficial e seriam blindados pelos acordos políticos inconfessáveis.

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