PEC é para tentar consertar
erros
Editorial Jornal
Hoje em dia
A Proposta de Emenda Constitucional que limita os gastos dos governos
pelos próximos 20 anos é o maior desafio que Michel Temer desde que o
peemedebista assumiu a cadeira mais importante do país. Com a proposta o
governo faz, e obriga que os outros entes federados também façam, o que a
maioria dos brasileiros está fazendo: apertar os cintos.
Antes de se criticar a medida, como os partidos de oposição e algumas
entidades da sociedade civil estão fazendo, é preciso dizer que não se trata de
um modelo de gestão planejado e idealizado para o país. A medida engessa, sim,
as administrações e controla os investimentos, podendo até resultar em
manutenção dos valores dos salários por mais tempo.
A PEC é uma consequência. É uma proposta para tentar consertar o país
após decisões (ou a falta delas) que levaram a nação a uma das suas maiores
crises na história. Algumas pessoas que tinham o poder foram negligentes com o
país ao não encararem de forma adequada a degradação das contas públicas, alertada
constantemente por vários especialistas. Estamos pagando o pato por um erro que
não foi nosso. Nada mais justo que o poder público também sofrer as
consequências.
Embora o limite dos gastos públicos sempre fossem bandeira de alguns
grupos, ela nunca foi encarada como prioridade. Hoje é mais que necessária. Se
não houver um controle obrigatório das contas, com sanções administrativas e
criminais aos gestores, corremos o risco de que algum aventureiro prejudique
ainda mais as contas de uma prefeitura, de um Estado ou do país. No quadro
atual, é fatal.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 2000, também foi muito
atacada na época em que foi aprovada. E a norma impediu diversas vezes que
agentes públicos estourassem o orçamento com obras eleitoreiras e deixassem os
funcionários públicos sem salários, como era comum nas décadas de 80 e 90.
Por coincidência, muitos dos opositores à LRF naquela época são os
mesmos que criticam a PEC que impõe o teto de gastos.
Após a etapa no Congresso, o desafio do governo será como fazer os
órgãos cumprirem o teto de gastos. Se a lei se mostrar eficaz, ninguém poderá
acusar o governo de pregar o discurso de austeridade nas contas e não
cumprir.
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