Conciliar restauro da
Igrejinha da Pampulha com casamentos está descartado
Renato Fonseca
RESTAURAÇÃO – Obra prevê a correção de problemas como a dilatação das
juntas da estrutura e o forro de madeira; sem os reparos, infiltrações são
constantes no templo
O risco de ver a tão aguardada restauração da Igrejinha da Pampulha não
sair do papel ganhou ainda mais força. A possibilidade de conciliar a obra com
a celebração dos casamentos agendados no templo, conforme pretendia a
Arquidiocese de BH, está descartada. As reformas no interior e na parte externa
da capela vão exigir o fechamento do cartão-postal durante as intervenções,
previstas para durar um ano.
Representantes da Superintendência de Desenvolvimento da Capital
(Sudecap) e da Regional Pampulha foram categóricos ao afirmar que não será
possível tocar a obra e realizar os matrimônios simultaneamente. “É inviável.
Tanto para que tenhamos o controle sobre o cronograma das atividades e a
qualidade do serviço quanto para a segurança das pessoas”, afirmou o
superintendente da Sudecap, Ricardo Simões.
Segundo ele, haverá andaimes por todo o espaço, o que impede até mesmo a
visitação diária de moradores e turistas. “A própria apreciação deste
patrimônio ficará comprometida”. Simões destaca que a Sudecap – órgão
responsável pela execução dos trabalhos – não medirá esforços no sentido de
agilizar a conclusão da restauração. Porém, o superintendente acrescenta que as
intervenções são delicadas e demandam cuidados especiais em razão do tombamento
e da importância do imóvel.
Coro engrossado
As palavras dele são amparadas pelo secretário da Regional Pampulha,
Humberto Pereira de Abreu Júnior. “Todo o forro de madeira do espaço deverá ser
retirado. Será preciso proteger a estrutura e as obras de arte. Ou seja, o bem
ficará descaracterizado. Não tem como ficar aberto à visitação e disponível
para a realização de casamentos”, disse ele, que é engenheiro civil e acompanha
de perto todo o processo.
Ambos os servidores evitam falar do risco de cancelamento da obra.
Seguem com a expectativa de iniciar o restauro ainda neste ano. As negociações
estão sendo feitas entre a Fundação Municipal de Cultura e a Arquidiocese.
Porém, conforme o Hoje em Dia mostrou na edição de ontem, o entrave
está na data para o início da reforma. Caso não haja definição até o mês que
vem, a verba assegurada via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades
Históricas, terá de ser devolvida, e a restauração, suspensa.
O projeto executivo está pronto e o reparo marcado para dezembro. No
entanto, há casamentos agendados até novembro de 2017. A Arquidiocese
praticamente descartou a possibilidade de cancelamento ou transferência dos
matrimônios. Além disso, a entidade ainda trabalha com a possibilidade de
“encaixar” mais celebrações.
A assessoria de imprensa da Arquidiocese foi procurada no fim da tarde
de ontem, assim que a reportagem obteve a confirmação da impossibilidade de
conciliar a obra com os casamentos. O órgão, porém, informou que não seria
possível responder à demanda antes do fechamento desta edição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário