quinta-feira, 20 de outubro de 2016

LUTA PELA VIDA E CONTRA O PRECONCEITO



Preconceito e o abandono por trás do câncer

Simone Demolinari 




Lutar pela vida, contra um câncer, não é fácil. Mas é preciso encontrar forças para lutar contra o preconceito e o abandono. Estamos no mês que traz o movimento popular conhecido como Outubro Rosa, manifestação internacional que alerta para necessidade do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Mulheres que já passaram por isso trazem consigo cicatrizes das feridas, físicas e emocionais. Não há duvidas de que frente a um diagnóstico de câncer, o apoio do cônjuge, família, parentes e amigos é fundamental para manter a autoestima, a vida em sociedade e atenuar os impactos do tratamento. Porém, infelizmente nem sempre isso acontece.
Pesquisa do Data Popular com 1.700 pessoas revelou que 38% dos homens acreditam que o diagnóstico de câncer de mama pode terminar com um relacionamento. E isso de fato acontece. A mulher ao ser diagnosticada com a doença fica abalada psicologicamente, isso faz com que ela demande mais atenção, fique fragilizada e sensível. Somado a isso há também um medo iminente da morte, sensação de impotência, dores etc. Durante o tratamento quimioterápico, os hormônios se alteram, o que também influencia, entre outras coisas, a perda do interesse sexual. A soma desses e outros fatores costuma comprometer o casamento.
Outra questão que geralmente acontece com vítimas de câncer é a desvalorização social. A representação da doença como mal simboliza muito mais que um biológico debilitado. Simboliza também o preconceito social, sensação de menos valia e abandono. Conotação de incapacidade faz com que o preconceito, por vezes, aconteça sem nem ser percebido.
Maria M. foi diagnosticada com câncer aos 36 anos. Segundo ela, muitos amigos deram apoio por telefone e mensagens. Porém, ela sentiu claro afastamento deles: “as pessoas não convidam gente doente para festa nem para jantares. Querem pessoas sadias, felizes”. Como Maria perdeu os cabelos, tinha que lidar com olhares curiosos. Ela conta que certa vez foi abordada por uma senhora num shopping que a recomendou usar peruca para não chocar a sociedade.
Outro caso, o da atriz argentina Lorena Maritano. Assim que foi diagnosticada com câncer de mama e encaminhada para procedimento de retirada do seio, o marido, o também ator Ernesto Calzadilla, pediu a separação.
Este artigo tem a clara intenção de pontuar sobre o abandono e preconceito vividos pelas vitimas de câncer. Afinal, deixar de falar sobre o assunto não faz com que ele desapareça.

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