sexta-feira, 9 de setembro de 2016

PROFESSORES RUINS E ESCOLAS PERMISSIVAS - DÁ NISSO AÍ



Desempenho inadmissível

Editorial Jornal Hoje em Dia 




O resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Idep) é um tapa na cara de todo brasileiro que ainda sonha que esse país pode chegar a um nível de sociedade aceitável. Nossos alunos estão abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Educação, que é lá bem modesta. A escola privada, tida como alternativa para quem possui um pouco mais de condições financeiras para custear a formação dos filhos, também não está muito bem.
Os números que mostramos na edição de hoje são inadmissíveis. E deveriam ser motivo para debate e conversas entre as famílias, nas escolas e gabinetes governamentais.
Culpa de quem? De todos! Principalmente de quem comanda a nação, os Estados e municípios, seus respectivos secretários e parlamentares. Em qualquer país mais ou menos sério, o Ideb seria causa, no mínimo, de reunião ministerial no dia seguinte ou de renúncia dos envolvidos atualmente com o setor educacional. Mas não somos um país sério.
Falando especificamente de Minas, o quadro mais lamentável é o do ensino médio. A média de 3,5 em 2015 é igual a de 2007 e bem menor do que a meta, que é de 4,4. A catástrofe dessa faixa etária já está mapeada há anos. A reformulação do antigo “segundo grau” já é tema de um projeto de lei que (adivinhe?) está parado há anos na Câmara dos Deputados. Claro, nossos deputados devem ter tido outras prioridades para discutir nesse tempo.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, já admitiu a possibilidade de editar medida provisória para implantar, até o fim do ano, o que o projeto diz, caso o texto não seja apreciado. Será outro erro. A proposta precisa ser apresentada à população e debatida por pais e educadores. Educação não se resolve na canetada, caro ministro.
Para não falar que tudo está ruim, destaca-se o bom desempenho das crianças da rede municipal de BH no 5º ano. Nos últimos anos, as escolas municipais vêm obtendo vantagens em relação às estaduais na capital. É o salário dos professores, é o currículo, é a verba, é a estrutura? Seja o que for, tem que ser identificado e levado aos lugares que precisam de melhora.
Do jeito que está, as nossas crianças que não têm condições de pagar mensalidades vão precisar de muita dedicação e sorte para buscar uma formação adequada no Brasil.


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