Desempenho inadmissível
Editorial Jornal
Hoje em Dia
O resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Idep) é um
tapa na cara de todo brasileiro que ainda sonha que esse país pode chegar a um
nível de sociedade aceitável. Nossos alunos estão abaixo da meta estabelecida
pelo Ministério da Educação, que é lá bem modesta. A escola privada, tida como
alternativa para quem possui um pouco mais de condições financeiras para
custear a formação dos filhos, também não está muito bem.
Os números que mostramos na edição de hoje são inadmissíveis. E deveriam
ser motivo para debate e conversas entre as famílias, nas escolas e gabinetes
governamentais.
Culpa de quem? De todos! Principalmente de quem comanda a nação, os
Estados e municípios, seus respectivos secretários e parlamentares. Em qualquer
país mais ou menos sério, o Ideb seria causa, no mínimo, de reunião ministerial
no dia seguinte ou de renúncia dos envolvidos atualmente com o setor
educacional. Mas não somos um país sério.
Falando especificamente de Minas, o quadro mais lamentável é o do ensino
médio. A média de 3,5 em 2015 é igual a de 2007 e bem menor do que a meta, que
é de 4,4. A catástrofe dessa faixa etária já está mapeada há anos. A
reformulação do antigo “segundo grau” já é tema de um projeto de lei que
(adivinhe?) está parado há anos na Câmara dos Deputados. Claro, nossos
deputados devem ter tido outras prioridades para discutir nesse tempo.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, já admitiu a possibilidade de
editar medida provisória para implantar, até o fim do ano, o que o projeto diz,
caso o texto não seja apreciado. Será outro erro. A proposta precisa ser apresentada
à população e debatida por pais e educadores. Educação não se resolve na
canetada, caro ministro.
Para não falar que tudo está ruim, destaca-se o bom desempenho das
crianças da rede municipal de BH no 5º ano. Nos últimos anos, as escolas
municipais vêm obtendo vantagens em relação às estaduais na capital. É o
salário dos professores, é o currículo, é a verba, é a estrutura? Seja o que
for, tem que ser identificado e levado aos lugares que precisam de melhora.
Do jeito que está, as nossas crianças que não têm condições de pagar
mensalidades vão precisar de muita dedicação e sorte para buscar uma formação
adequada no Brasil.
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