Indiciamento não é o fim
Editorial Jornal
Hoje em Dia
A investigação do Ministério Público Federal dentro da operação ‘Lava
Jato’ chegou ontem ao seu ponto máximo: o indiciamento do ex-presidente Lula,
da mulher dele, Marisa Letícia, e de mais seis pessoas por envolvimento em
esquema de corrupção. O petista foi considerado como o “comandante máximo” do
sistema envolvendo empreiteiras e estatais.
A primeira coisa que deve-se esclarecer é que indiciamento não é
confirmação de culpa. Na peça enviada à Justiça, o Ministério Público expõe
seus argumentos que, para o órgão, justificam a abertura de um processo contra
as pessoas apontadas para verificar se os fatos apresentados são ou não motivo
de condenação. Cabe a um juiz decidir se há fundamento ou não no pedido.
O envolvimento mais direto de Lula nas ações que apuram o esquema de
corrupção era bem provável. Até agora, em mais de dois anos de investigação, a
lista de envolvidos, presos e ouvidos cada vez mais se aproximava do círculo
mais íntimo de relacionamento do presidente. O MPF foi “cercando” o petista até
reunir provas que julgava suficientes.
O certo é que Lula terá que se explicar melhor, e talvez uma ação na
Justiça seja uma boa chance disso. A tese do “eu não sabia” não deverá colar,
principalmente porque esse esquema se deu após o mensalão, em 2005. É pouco
provável que, após um escândalo igual ao da década passada, Lula não tenha
ficado mais esperto com as pessoas que lhe cercavam no governo, a ponto de um
esquema maior ser implementado e funcionar bem debaixo do seu nariz. Haja ingenuidade.
Mas o ex-presidente não deve se dar por vencido e deverá confrontar com veemência os argumentos do MPF. Convenhamos, R$ 3,7 milhões e um apartamento no Guarujá de propina não são números condizentes com o maior chefe de um esquema bilionário de corrupção. Além disso, se os procuradores não conseguirem a condenação de Lula ele deverá se fortalecer para disputar a eleição de 2018.
Mas o ex-presidente não deve se dar por vencido e deverá confrontar com veemência os argumentos do MPF. Convenhamos, R$ 3,7 milhões e um apartamento no Guarujá de propina não são números condizentes com o maior chefe de um esquema bilionário de corrupção. Além disso, se os procuradores não conseguirem a condenação de Lula ele deverá se fortalecer para disputar a eleição de 2018.
Não vamos nos esquecer que o recém cassado Eduardo Cunha está mordido e
promete entregar mais gente, inclusive do próprio governo atual. O indiciamento
de Lula é o ponto máximo da investigação até agora, mas está longe de ser o fim
da história.
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