PF confisca avião, 139
carros e 90 imóveis durante Operação Greenfield
Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo
Horizonte
José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, é
conduzido por agentes para sede da PF
A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (5), a Operação
Greenfield que investiga a "gestão temerária e fraudulenta" de quatro
dos maiores fundos de pensão do país: Funcef, Petros, Previ e Postalis. Segundo
a investigação, os investigados teriam desviado R$ 8 bilhões e, por isso, a
Justiça determinou o equestro e o bloqueio de 90 imóveis, 139 automóveis, uma
aeronave, além de valores em contas bancárias, cotas e ações de empresas e títulos
mobiliários.
A ordem judicial, da 10ª Vara Federal, de Brasília, também determinou o
sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de
103 investigados. Entre os conduzidos está José Adelmário Pinheiro, o Léo
Pinheiro, ex-presidente da OAS. Ele foi levado para
por agentes para sede da Polícia Federal, na capital paulista, onde será ouvido.
por agentes para sede da Polícia Federal, na capital paulista, onde será ouvido.
A ação é conjunta da PF com o Ministério Público Federal, a
Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc e a Comissão de
Valores Mobiliários - CVM.
Acusação
O ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky foi conduzido de forma
coercitiva - quando o investigado é levado a depor e liberado. Predtechensky
foi denunciado, em julho deste ano, pela Procuradoria da República, em São
Paulo. O ex-presidente do Postalis e mais sete investigados são acusados de
fraude R$ 465 milhões no fundo de pensão dos Correios.
Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão temporária, 106 de busca e
apreensão e 34 de condução coercitiva nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro,
Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas,
além do Distrito Federal.
A decisão judicial ainda determinou o sequestro de bens e o bloqueio de
ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas que
são alvos da operação no valor aproximado de R$ 8 bilhões.
A PF aponta que a ação é ancorada em dez casos revelados a partir do
exame das causas dos déficits bilionários apresentados pelos fundos de pensão.
Entre os casos, oito são relacionados a investimentos realizados de forma
temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de
Investimentos em Participações).
"Durante as investigações, alguns núcleos criminosos restaram
configurados: o núcleo empresarial, o núcleo dirigente de fundos de pensão, o
núcleo de empresas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores e
administradores dos FIPs", informa a Federal em nota.
Os investigados responderão, na medida de suas participações, por gestão
temerária ou fraudulenta, além de outros crimes contra o Sistema Financeiro
Nacional, previstos na lei nº 7.492/86.
Participam da operação cerca de 560 policiais federais, além de 12
inspetores da CVM, quatro procuradores federais da CVM, oito auditores da
Previc e sete procuradores da República.
O nome da operação faz alusão a investimentos que envolvem projetos
incipientes (iniciantes, em construção), ainda no papel, como se diz no jargão
dos negócios. O contrário de investimentos Greenfield é o Brownfield, no qual
os recursos são aportados em um empreendimento/empresa já em operação.
A Operação Greenfield é um dos desdobramentos da investigação iniciada
há um ano e meio e tem como base dez casos descobertos a partir da análise das
causas dos déficits bilionários apresentados pelos fundos de pensão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário