Comunicação será o desafio
pior de candidatos a prefeito
Orion Teixeira
Todos estão à espera do dia 15 de agosto, prazo final de registros das
candidaturas, quando então esse quadro pulverizado de até 12 postulantes a
prefeito deve ser reduzido a oito. Por várias razões. A primeira delas é a
realidade da disputa atual, sem financiamento de empresas e com tempo de
campanha encurtado (90 dias para 45). Outro motivo que não pode ser desprezado
é a raiva (rejeição) do eleitor contra os políticos.
Quando o pretendente perceber que não há dinheiro para a campanha, que
conseguiu alianças e vice que some, as desistências virão naturalmente. Outros
serão traídos pela direção partidária, que achará melhor fechar com opções mais
fortes (com apoio e estrutura). Haverá ainda os que, em vez de cabeça de chapa,
buscarão caminho mais fácil, às vezes, lucrativo, de virar candidato a vice.
Se sobreviver até o dia 15, superando as dificuldades acima, os
desafiantes enfrentarão o pior desafio, que será a comunicação, para ficarem
bem conhecidos, bem como suas propostas. O diagnóstico é ruim, porque a
televisão não tem mais apelo, dada a concorrência das redes sociais e da tevê
paga, afetada ainda pelo desinteresse pelos políticos.
Eleições 2016: novos desafios para os candidatos
Tomas Filho é jornalista, consultor, palestrante e fundador do Projeto TM Fá
Os últimos e impactantes acontecimentos na política brasileira
estão mudando a maneira de pensar e agir de muitos cidadãos e certamente isso
vai provocar uma dificuldade de adaptação nos candidatos ao pleito de 2016.
De uns tempos pra cá, as pessoas estão se sentindo frustradas e decepcionadas com alguns políticos, e isso compromete a reputação de toda a classe.
Com esse tipo de comportamento, as eleições terão novos
desafios. Será uma campanha eleitoral com aspectos diferentes, justamente por
se tratar de um ano muito turbulento, com situações delicadas que podem
comprometer qualquer candidato.
O cenário foi agravado com o Impeachment, cassação,
corrupção ativa e passiva, substituição de um governo, operações e
investigações, etc. Muitas informações negativas para o eleitor, que
desgastaram e enfraqueceram a imagem do político.
A verdade é que a maioria dos brasileiros, por não saberem
diferenciar o bom do mau político, acabam generalizando e passam a enxergar
todos como corruptos. Para desmistificar esse conceito, o candidato precisa
estar preparado para os desafios.
Você está preparado para colocar o seu nome para
apreciação do eleitor? Saiba que não será uma campanha comum. Somente os
candidatos que se adequarem de acordo com as mudanças que ocorreram nesse novo
perfil do eleitor poderão conseguir um bom resultado nas urnas.
Não basta ter boas propostas: se houver um desgaste na sua
imagem, você já larga em desvantagem na corrida eleitoral. A dificuldade será
tão grande que candidatos despreparados e sem conhecimento que ganhavam sem
muito esforço em eleições passadas, agora terão que aprender a se encaixar
diante da nova maneira de pensar e agir do eleitor.
A primeira mudança significativa que ocorrerá na forma do eleitor escolher seu candidato preferido vai ser julgar seu comportamento em relação à suas ações dentro da comunidade em que vive.
Se você é o tipo de político que costuma ir à igreja ou
aparecer em velórios apenas na véspera do período eleitoral, será visto como
demagogo. Prepare-se para adotar um comportamento verdadeiro, que condiz com as
suas crenças e atitudes. Frequente a igreja se você for uma pessoa religiosa.
Com o descontentamento e a atual situação política do
Brasil, o cidadão ficou mais exigente e não vai ser fácil conquistar votos.
Vamos mostrar quais serão as características mais afetadas no perfil do
candidato e as áreas da campanha eleitoral que exigirão mais atenção provocadas
pela mudança do perfil do eleitor nas eleições de 2016.
Confiança é a número um por se tratar da queda na
credibilidade que todos os políticos sofreram nos últimos tempos. Por isso, o
candidato terá que se desdobrar para mudar sua Postura e se mostrar o mais correto e confiável possível,
não prometendo coisas absurdas, deixando as pessoas perceberem como se sente
bem na presença delas, lembrando o nome de todos, olhando nos olhos, sendo
sempre simpático e jamais faltar ou chegar atrasado aos seus compromissos,
evitando vícios de linguagem para melhorar a Comunicação, pois a maneira correta de falar
alcançará seus objetivos e sempre será entendido por todos, causando uma ótima
impressão.
Os seus discursos
precisam ser convincentes e você terá que dominar a Oratória em todos os aspectos, como gestos,
palavras com maior entonação ou inflexão, expressão corporal e facial, entre
outros segredos da boa comunicação para causar impacto e atingir a sociedade.
Como complemento, cabe investir na Comunicação Áudio – Visual, onde os mínimos detalhes não podem ser
esquecidos, como uma foto perfeita que aproveita o máximo da expressão facial
do candidato, um banner com imagens nítidas, sem poluição visual, vídeos
simples, mas com conteúdo explicativo, gravações em áudio com mensagens claras
e objetivas, impressões em geral como panfletos ou santinhos com linguagem
clara e sem palavras de difícil entendimento.
A comunicação bem
feita se estende às Redes Sociais, que também será um grande desafio, pois
se o candidato e sua equipe ou assessoria não as dominar da maneira correta,
poderá perder votos e ainda sofrer com alguns comentários desagradáveis de
eleitores adversários.
O mais importante nessa ocasião especifica é saber se
comportar nas redes sociais sem gerar nenhum tipo de constrangimento, ou ainda
provocar aqueles que não compartilham de suas ideias com declarações ou
perguntas desnecessárias.
Corpo a Corpo, como muitos sabem, é a principal
fase da campanha, onde as visitas são fundamentais para estreitar os laços
entre candidato e eleitor. Prepare-se para a parte mais difícil da campanha,
pois você terá que justificar ou tentar responder pelos erros dos outros e será
bastante indagado sobre os roubos na política. Seu autocontrole será exigido a
todo momento, de acordo com cada situação.
O bom mesmo é ouvir
com bastante atenção o que o eleitor tem a dizer e sempre se mostrar solícito
para entender seus anseios sem esquecer que sua eleição depende muito desse
contato e o poder de convencimento nessa hora, mas para que isso aconteça da
melhor forma possível o candidato terá que colocar a sua Inteligência Emocional em prática, que não poderá falhar em
nenhum momento durante todo o percurso da campanha.
Você será testado a todo instante. Nunca esqueça que sem
preparação correta ninguém, em qualquer que seja as circunstâncias, estará
preparado para vencer. Todas as etapas da campanha eleitoral devem ser
acompanhadas por profissionais capacitados, especializados em marketing
político, jornalismo e marketing digital para facilitar o relacionamento com o
eleitor.
É responsabilidade do coordenador geral da campanha
conhecer e dominar amplamente essas áreas, pois campanhas eleitorais são iguais
em qualquer lugar do mundo, o que muda é o nível intelectual do candidato e eleitor.

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