Jogos olímpicos da tensão
Editorial Jornal
Hoje em Dia
As prisões de pessoas ligadas a um grupo que planejava um ataque
terrorista no Brasil assusta, mas apenas confirma que a ameaça do país ser
palco de uma ação do tipo é real e está mais próxima do que pensávamos. Mesmo
sendo considerada “amadora” pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, a
organização iniciou movimentos que poderiam resultar em um ataque durante os
Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações até agora, não há uma intervenção direta
do Estado Islâmico no grupo brasileiro. Isso torna a situação ainda mais
assustadora, já que os autores dos planos seriam pessoas que vivem aqui e que,
por algum motivo, poderiam implantar um ataque do tipo no país. Um dos
investigados, inclusive, seria morador da cidade de Varginha, no Sul de Minas.
“Para cruzar meio mundo, chegar em terras tupiniquins e ganhar adeptos,
o extremismo tira proveito da tecnologia”
Para cruzar meio mundo, chegar em terras tupiniquins e ganhar adeptos, o
extremismo tira proveito da tecnologia. Nada de estrangeiros que entraram
clandestinamente por fronteiras mal-vigiadas para formar “soldados” e
homens-bomba em campos de treinamento. Nada de escritório em alguma área
deserta da cidade onde são feitos encontros secretos para elaborar os planos de
destruição.
As ideias espalhadas por grupos terroristas estão disponíveis na
internet, e as redes sociais tratam de aproximar as pessoas que compartilham da
mesma filosofia. Aplicativos nos smartphones são usados para conversas e trocas
de informações. E aí está uma célula terrorista em potencial, como a
desbaratada pelos agentes federais.
A partir de um grupo formado, basta um pessoa em contato com essa
doutrina ter a disposição de se “sacrificar pela causa” para que o atentado se
desenhe e, caso as polícias não consigam identificar a movimentação a tempo,
concretize-se. O terrorismo é, hoje, descentralizado, horizontal e sem rosto
definido.
Se por um lado a prisão dos suspeitos deu a impressão de que a Polícia
Federal está verdadeiramente de olho em potenciais terroristas, mesmo em
pequenos grupos, a operação já coloca ainda mais a preocupação na população,
que ainda não havia sido convencida de que esse tipo de organização agia – e no
caso estava sendo formada – bem ao nosso lado.
O medo se justifica já que não há polícia no planeta que consiga
monitorar todos os cidadãos. Sempre haverá a possibilidade de alguma pessoa por
aí, movida por causas radicais ou por qualquer outra razão, escapar do cerco da
polícia e cometer atos de terror.
A verdade é que não há como os órgãos governamentais garantirem 100% de segurança. Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, serão também os jogos da tensão e do medo constante do terror.
A verdade é que não há como os órgãos governamentais garantirem 100% de segurança. Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, serão também os jogos da tensão e do medo constante do terror.

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