Governo Temer faz um mês
com agenda positiva na economia e recuos na política
Agência Brasil
Primeiro mês de
Temer presidente interino foi marcado pela agenda positiva na economia
Neste domingo (12), Michel Temer completa um mês como presidente
interino da República. Ele assumiu o poder após o Congresso Nacional aprovar a
admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e, ao
longo das últimas quatro semanas, conseguiu imprimir uma agenda positiva na
área econômica.
No primeiro dia de trabalho, o governo anunciou a intenção de extinguir
milhares de cargos públicos até o fim deste ano e, na sexta-feira (10) detalhou
que vai cortar 4.307 funções e cargos comissionados em 30 dias. Em outro gesto,
Temer anunciou o congelamento de nomeações para empresas estatais e fundos de
pensão, até que a Câmara dos Deputados aprove projetos que limitam tais
indicações a pessoas com qualificação técnica.
Na economia, o presidente interino alterou e aprovou a meta fiscal para
2016, que prevê déficit primário de R$ 170,5 bilhões. Medida que havia ficado
parada durante meses, a Desvinculação das Receitas da União (DRU), que permite
ao governo usar livremente parte de sua arrecadação, foi aprovada em dois
turnos pelos deputados e agora será analisada no Senado.
Após anunciar a nova meta, Temer foi ao Congresso entregar o projeto ao
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nos primeiros 30 dias, o
governo Temer teve apoio de congressistas e do mercado, mais foi criticado por
movimentos sociais, que não reconhecem a legitimidade da gestão e criticam a
ausência de negros e de mulheres em sua equipe.
As vitórias em matérias econômicas foram conseguidas por meio da ampla
base de apoio que, com 367 deputados e 55 senadores, aprovou o prosseguimento
do processo de impeachment. O presidente interino, porém, também viu-se
envolvido em polêmicas, foi obrigado a recuar em decisões e a demitir
integrantes da equipe.
Depois de completar uma semana no cargo, Temer aceitou o pedido de
exoneração do ministro do Planejamento, Romero Jucá, um de seus principais
aliados. A saída do ministro ocorreu após a divulgação de uma conversa entre
ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, na qual ambos supostamente
discutiam formas de barrar as investigações da Operação Lava Jato.
Sete dias depois, foi demitido o ministro da Transparência, Fiscalização
e Controle, Fabiano Silveira, após serem divulgadas conversas em que ele dá
orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na
Petrobras e aparece criticando a Lava Jato. A notícia foi dada horas depois de
o Palácio do Planalto confirmar a permanência de Silveira no cargo.
Temer recuou também na questão do Ministério da Cultura, cuja extinção
tinha sido anunciada. Após ser pressionado por artistas e servidores do
ministério, o presidente interino recriou a pasta. Ao assumir, Temer havia
anunciado reduzir de 32 para 23 o número de ministérios.
Servidores da antiga Controladoria-Geral da União, que se transformou no Ministério da Transparência, continuaram protestando mesmo após a queda de Fabiano Silveira, e o governo não descarta voltar atrás para atender reivindicações, tais como a volta da identidade institucional da marca CGU e a vinculação do órgão à Presidência da República.
Servidores da antiga Controladoria-Geral da União, que se transformou no Ministério da Transparência, continuaram protestando mesmo após a queda de Fabiano Silveira, e o governo não descarta voltar atrás para atender reivindicações, tais como a volta da identidade institucional da marca CGU e a vinculação do órgão à Presidência da República.
Na última segunda-feira (6), Temer anunciou uma medida em busca de uma
agenda positiva: a disponibilização de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB)
exclusivamente para o transporte de órgãos para transplante.
Ele também buscou, ao longo do mês, fazer acenos a diferentes setores,
como quando surpreendeu a própria equipe e participou de uma reunião em que
vários ministros discutiam os Jogos Olímpicos Rio 2016. Nesta semana, após se
reunir empresários, ele fez questão de almoçar também com representantes de
entidades sindicais no Palácio do Jaburu.
Desde que assumiu, o presidente interino tem anunciado que proporá uma
reforma da Previdência. O governo criou um grupo de trabalho para discutir
saídas para o rombo no setor, que estão sendo discutidas com entidades que
representam os trabalhadores e aposentados.
Na próxima semana, Temer deve comparecer novamente ao Congresso para
entregar aos parlamentares um projeto que cria um teto para as despesas
públicas, medida que já tinha sido anunciada pelo ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles.

Nenhum comentário:
Postar um comentário