sábado, 14 de maio de 2016

MEDIDAS DURAS PARA ELES TAMBÉM OU SÓ PARA A POPULAÇÃO



Temer inaugura era de “medidas duras” apontando déficit de mais de R$ 200 bi

Amália Goulart (*) 






O presidente interino prepara um pacote de medidas para enfrentar o crescimento da dívida pública

A nova era da política econômica brasileira começou com o cenário que trará a reforma da Previdência, aumento de concessões à iniciativa privada, corte de cargos comissionados e de despesas de custeio, e a possibilidade de criação de um imposto temporário.
As medidas, não detalhadas, foram garantidas por quatro ministros do presidente Michel Temer (PMDB) que concederam entrevista ontem para sinalizar o que será o novo governo.
Antes de anunciar os pormenores do pacote, os ministros fizeram um panorama das contas públicas. Segundo eles, o rombo no orçamento, ou déficit para fechar 2016, é maior que os R$ 96 bilhões anunciados pela presidente Dilma Rousseff (PT), podendo dobrar de tamanho.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PMDB-PR), disse que as receitas do orçamento para este ano foram superestimadas e que existem restos a pagar não contabilizados. Por isso, segundo ele, o rombo de R$ 96 bilhões será superior. “Terá de se reavaliar essa questão. Temos R$ 230 bilhões de restos a pagar que, obrigatoriamente, serão cumpridos por serem impositivos”, afirmou sem explicações sobre o número. Barros foi relator do orçamento na Câmara.
No governo, a ideia é aprovar a meta fiscal na próxima semana, para que a máquina pública não pare. Para os ministros, se a gestão pública não passar por uma revisão, o risco é de comprometimento da folha de pagamento do funcionalismo. E também correria o risco, segundo o titular da Casa Civil, Eliseu Padilha, do país chegar em 2020 com uma dívida pública na casa dos 100% do Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, essa relação está em 60%, a maior dos últimos 14 anos.

Impostos
Sob a alegação de que a situação fiscal está ruim, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu a possibilidade de criação de uma espécie de imposto temporário. O ministro avaliou que o nível tributário hoje no Brasil é elevado, mas que se for necessário para a estabilização fiscal, um tributo será aplicado de forma temporária.

“Caso seja necessário um tributo, ele será aplicado, mas certamente temporário porque sabemos que o nível de tributação já é elevado e esse é um fator negativo para o crescimento econômico”, destacou.
Meirelles ressaltou que “não há dúvida de que devemos ter como meta uma diminuição do nível tributário por porcentual de produto”, mas acrescentou que a prioridade é a estabilização da dívida pública. “Qualquer aumento de tributo tem que ser proposto como temporário se acontecer e se for necessário”, afirmou.
Estabilidade
Meirelles disse “ter certeza” que a austeridade fiscal que deve ser proposta pela nova equipe econômica vai ajudar o trabalho do Banco Central de fazer a inflação convergir para o centro da meta. “Tenho certeza de que o quadro fiscal vai ajudar o BC nesse trabalho de convergência para a meta”, disse. “Vamos ter uma estabilização da inflação no Brasil”, completou.
Com Agência Estado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...