terça-feira, 26 de abril de 2016

OS JUIZES SOMOS TODOS NÓS QUE QUEREMOS O IMPEACHMENT



Os juízes do impeachment

Editorial Jornal Hoje em Dia 




Se deputados que votaram pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff são alvo de investigação por corrupção, senadores não ficam atrás. Dos 21 que vão avaliar, em comissão, o processo admitido na Câmara dos Deputados, dez são investigados. E não se trata de simples especulações, de suspeitas com possibilidade de não terem fundamento. Só um deles, o senador Dario Berger (PMDB-SC), responde a 26 processos.
Evidentemente, senadores da comissão do impeachment apoiadores do governo do PT também estão envolvidos em esquemas de corrupção e respondem a inquéritos. É o caso de Lindbergh Faria (PT-RJ) – investigado em 21 casos de corrupção e lavagem de dinheiro dentro da Operação “Lava Jato” – e de Gleisi Hoffmann (PT-PR). O levantamento feito pelas repórteres Alessandra Mendes e Tatiana Moraes mostra que os juízes do processo estão longe de ter a isenção necessária a um julgamento digno. Este é o retrato do Brasil atual. São muito poucos os que escapam dos olhos da lei.
Mas não são apenas os esquemas de abuso do poder político e econômico a colocarem em dúvida a legitimidade do julgamento de Dilma Rousseff. Estamos diante também de manobras políticas que visam o bem de partidos em detrimento dos interesses do país. Nem sempre valem os argumentos jurídicos para questionar o mandato da presidente.
Com isso, Dilma já considera a possibilidade de defender novas eleições, em razão da perda de força política e, consequentemente, o risco de ingovernabilidade. Mesmo se ela passar pelo crivo dos senadores e conseguir se manter no cargo, não terá condições de chegar ao final do mandato.
Dilma já considera a possibilidade de defender novas eleições, em razão da perda de força política e, consequentemente,
do risco de ingovernabilidade – mesmo não sendo aprovado o impeachment
Claro que não se pode tomar ao pé da letra a fala do ex-presidente Lula de que há no Congresso uma quadrilha cuja agenda é implantar o caos no país. No entanto, não estamos tão longe desse quadro.
Os percalços da gestão eleita em 2014 colocam o país na zona de insegurança. As constantes trocas de ministros deixam áreas importantes da gestão pública bastante vulneráveis. Se os brasileiros não conseguem saber quem são os ministros hoje e quem assumirá os cargos em pouco mais de 15 dias – caso a comissão do Senado aceite o processo de impeachment e Michel Temer assuma a Presidência – como podem confiar na administração do país?


Nenhum comentário:

Postar um comentário

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...