Quem tem medo do lobo mau?
Jornal Hoje em Dia
Porém, e o perigo espreita os apressados, ainda resta uma pergunta para o desfecho da história. É esse o momento para tal indicação? Um “não” de forma abrupta pode soar ideológico, mas não o é. Indicar alguém que tenha sobre si o peso de inúmeras suspeitas não seria adequado, principalmente se elas se confirmarem após a indicação. Teria o ex-presidente o foro privilegiado, mas carregaria para dentro dos corredores palacianos o ônus de tal manobra feita. Podemos estar diante de uma ação inédita na história da República, porém todo ineditismo, como quase toda nudez, pode ser castigado se exposto aos olhos de todos. Em tempo, Lula nega qualquer interesse em uma vaga na esplanada brasiliense, mas entre o dizer e o querer existem mais mistérios do que possa imaginar nossa vã ação política. O governo federal distribui cargos e dinheiro na tentativa de manter intacta sua base aliada. Alguns bilhões atrelam siglas partidárias ao Palácio do Planalto, mas a cizânia e o rumor candango aumentam seu volume com a possibilidade de abertura do processo de impeachment e a fidelidade pode não ser mantida nem a peso de ouro. Afinal o poder ainda é o maior ouro a ser garimpado.
Na economia, o IPCA de fevereiro, que foi inferior ao previsto por economistas, tem como vilã a variação das mensalidades escolares, no arco de doze meses variou a mais em 10,36% Nas terras de Tupã, a língua mordaz do “delator” Delcidio parece não querer deixar pedra sobre pedra. Renan Calheiros e Aécio Neves são alvo de suas informações dadas em depoimento. O presidente do Senado já é investigado em pelo menos seis processos abertos no STF, já o ex-governador mineiro safou-se de duas citações feitas durante os depoimentos da mesma operação e agora terá que enfrentar as denúncias feitas por Delcídio. Para não dizer que não falamos de Cunha, o apegado ao regulamento interno da câmara, jura que não tem nada a ver com a assinatura falsa de um aliado aposta na renúncia a uma vaga no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Peritos garantem que a falsificação é grosseira, assim como é a forma com que a vida pública vem sendo conduzida em nosso país.

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