quarta-feira, 16 de março de 2016

CUIDADO COM ESTE JOVEM DITADOR




Manoel Hygino


Nada há mais distante. Bondade e maldade andam perto. Nos velhos tempos, uma viagem ao Oriente, como fez Marco Polo, encantou a Europa do século XIII. Ao descrever suas aventuras de percurso, o ilustre veneziano abriu janelas e portas de um mundo desconhecido à Idade Média. Hoje, não faria vantagens, pois seguimos roteiros fantásticos pelos rincões mais remotos do planeta em vertiginosos roteiros aéreos. Júlio Verne se torna fora de moda com seu “Volta ao mundo em oitenta dias”.
Nossa Terra, aí está grande e pequena, dependendo das circunstâncias. Quando a Bolsa de Valores treme em Pequim, os países produtores de minério e grãos se assustam no Terceiro Mundo. Mas semelhantemente acontece com os perenes conflitos no Oriente Médio e seus sofridos refugiados, que tentam amparo na Europa. Também nos abalam as renovadas diabruras da Coreia do Norte, nascida com a divisão da milenar e única nação em duas. Ali persiste um dos regimes mais fechados que há neste século e seu programa nuclear provoca tensão não só em Seul, capital da vizinha do Sul.
Um lembrete. Com o fim da II Grande Guerra, surgem duas Coreias – a do Norte, que adota o regime comunista, e a do Sul, com ocupação norte-americana. As duas querem ser uma, a China intervém. Em conflitos de três anos morrem mais de cinco milhões de pessoas, dos quais dois milhões de civis. A trégua é assinada em 1953. A do Norte é reconstruída com ajuda da URSS e China. Não há paz. Mantêm-se os propósitos, sob vigilância permanente de Washington, Moscou, Pequim e Tóquio.
As nações mais poderosas e as pacíficas não querem ampliar o arsenal nuclear. Já existem problemas demais com as armas atômicas e a região é objeto de inquietação geral. Kim John II, jovem general, presidente do Norte, é de temperamento difícil e perigoso, tempestuoso, distribui ameaças incessantes, prestigiado por um povo ainda extremamente fiel. O regime é duríssimo, ditatorial, não tem conversa.
Já não são pequenas as preocupações com o Oriente Médio com a interminável guerra na Síria, com os massacres no Sudão Sul, as ações do Estado Islâmico, as escaramuças envolvendo curdos e vizinhos. Amenizado o clima com o Irã, as nações cujos dirigentes demonstram pelo menos bom-senso, se voltam para a crescente tensão no espaço coreano. Que, enfim, não é só dele, Kim John, mas do planeta.
Na primeira quinzena de março, o líder determinou novos testes de seu arsenal, em desafio à Coreia do Sul e aos Estados Unidos. Desde o dia 10, início das manobras, a Coreia do Norte lançou ameaças diárias contra os governos de Washington e Seul. Chegou a referir-se à possibilidade de “ataques nucleares preventivos”, causando reação irada da Rússia.
Subindo o tom, o presidente ordenou “mais testes nucleares para avaliar a potência destrutiva das ogivas nucleares (miniaturizadas) fabricadas recentemente. A informação é da própria agência noticiosa governamental KCNA. Neste ínterim, a ONU aprovou duras sanções contra o regime de Kim. E daí? Os riscos permanecem.
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