PMDB mineiro se vinga e dá
troco a Dilma que o esqueceu
Orion Teixeira
Com o voto solitário do secretário de Meio Ambiente, Sávio Souza Cruz, o
PMDB mineiro decidiu por maioria absoluta levar a Brasília, a posição pelo
rompimento com o governo federal durante reunião do diretório nacional, que
acontece nesta terça-feira (29). Os mineiros confirmaram, com a decisão, a
insatisfação pela falta de reconhecimento da presidente Dilma Rousseff (PT) ao
feito do partido, que a ajudou na vitória, em Minas, sobre seu principal
adversário (o tucano Aécio Neves).
Somente na semana passada, o deputado federal mineiro Mauro Lopes (PMDB)
virou ministro da inexpressiva Aviação Civil. Até então, Minas só tinha um
ministro (o petista Patrus Ananias, no Desenvolvimento Social). No governo Lula
(2003/2014), o estado chegou a ter três ou quatro ministérios.
De acordo com os entendidos em PMDB, o de Minas não tomaria essa posição
se não fosse a mesma do nacional, que, hoje, deverá formalizar o rompimento.
Além de Minas, o do Rio de Janeiro e o do Rio Grande do Sul já manifestaram
posição pelo rompimento. A saída do principal parceiro do governo poderá ter
impactos desastrosos para o futuro da presidente, que passa pelo processo de
impeachment na Câmara dos Deputados.
O desembarque do PMDB poderá, por exemplo, influenciar outras legendas,
como o PP e o PTB. Por outro lado, ele perderá sete ministérios e cerca de mil
cargos que poderão contemplar outros aliados. O duelo entre Dilma e seu
vice-presidente Michel Temer (PMDB), pelo controle do governo, está apenas
começando. Em outras duas situações, Dilma o venceu, como na escolha do líder
do PMDB na Câmara, e depois quando ela empossou Mauro Lopes na Aviação Civil,
contrariando orientação partidária de aguardar 30 dias para avaliação.
Efeito sobre governo Pimentel
Os aliados do governador Fernando Pimentel (PT) manifestaram preocupação com a repercussão da decisão do PMDB mineiro de romper com o governo federal. Estão convencidos de que poderá afetar a relação do partido no estado também. A situação estadual é semelhante à nacional do ponto de vista da aliança. O PMDB é o principal aliado de Pimentel, tem o vice-governador (Antônio Andrade), que seguiu o voto da maioria, mas seus cinco secretários não estão satisfeitos. “Aqui não somos valorizados, temos secretários sem secretarias”, criticou o líder do PMDB na Assembleia, deputado Vanderlei Miranda, referindo-se ao que chamou de esvaziamento das pastas do partido.
Os aliados do governador Fernando Pimentel (PT) manifestaram preocupação com a repercussão da decisão do PMDB mineiro de romper com o governo federal. Estão convencidos de que poderá afetar a relação do partido no estado também. A situação estadual é semelhante à nacional do ponto de vista da aliança. O PMDB é o principal aliado de Pimentel, tem o vice-governador (Antônio Andrade), que seguiu o voto da maioria, mas seus cinco secretários não estão satisfeitos. “Aqui não somos valorizados, temos secretários sem secretarias”, criticou o líder do PMDB na Assembleia, deputado Vanderlei Miranda, referindo-se ao que chamou de esvaziamento das pastas do partido.
De malas prontas
Se o PMDB nacional romper hoje (29) com o governo Dilma, o ministro Mauro Lopes (Aviação Civil) avisou aos aliados que entregará o cargo.
Se o PMDB nacional romper hoje (29) com o governo Dilma, o ministro Mauro Lopes (Aviação Civil) avisou aos aliados que entregará o cargo.
Josué joga a toalha
“É como um vaso que quebrou em milhões de pedacinhos. Dilma perdeu as condições de governar o Brasil”, disse o empresário Josué Gomes da Silva (filiado ao PMDB mineiro), presidente da Springs Coteminas e filho do ex-vice-presidente da República, José Alencar (1931-2011), ao jornal Valor Econômico nessa segunda-feira (28). Nas últimas eleições, de 2014, Josué obteve 3,6 milhões de votos com apoio do PT, mas perdeu para o senador Antonio Anastasia (PSDB), que teve 5,1 milhões. Integrante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o mineiro andou sumido de lá para evitar as pressões da entidade em favor do impeachment da presidente, de quem é aliado e amigo pessoal.
“É como um vaso que quebrou em milhões de pedacinhos. Dilma perdeu as condições de governar o Brasil”, disse o empresário Josué Gomes da Silva (filiado ao PMDB mineiro), presidente da Springs Coteminas e filho do ex-vice-presidente da República, José Alencar (1931-2011), ao jornal Valor Econômico nessa segunda-feira (28). Nas últimas eleições, de 2014, Josué obteve 3,6 milhões de votos com apoio do PT, mas perdeu para o senador Antonio Anastasia (PSDB), que teve 5,1 milhões. Integrante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o mineiro andou sumido de lá para evitar as pressões da entidade em favor do impeachment da presidente, de quem é aliado e amigo pessoal.

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