quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

DE FRACASSO EM FRACASSO VAMOS VIVENDO




Márcio Doti




É fundamental que cada cidadão se conscientize do momento triste que estamos vivendo. A história cobrará, sem piedade, o que cada um fez ou deixou de fazer para que o país fosse capaz de superar tantos erros e vícios e trazer de volta aos trilhos uma composição desgovernada que promete nos atropelar durante pelo menos três anos. Não sabemos exatamente o que é isto porque ninguém viveu até aqui uma situação sequer parecida. Mas é certo que não ficaremos ao largo das dificuldades. Um governo que gasta mal o que nem tem vai agravar ainda mais o quadro já sem isso, repleto de cores feias e assustadoras. Imagina mais agruras na segurança pública, no atendimento médico, na educação, tudo agravado pelos preços nos supermercados e sacolões, nos serviços essenciais de água, energia elétrica, impostos e taxas cobrados com a ganância de governos que precisam fazer o dinheiro circular para que sobrem os “por fora”.
Quem acompanhou a campanha eleitoral do candidato Fernando Pimentel ouviu muitas críticas aos governos “incompetentes” de Aécio, Anastasia e Alberto. Que gastaram mal, que não ouviam o povo, eram cruéis nos impostos e taxas, entregavam ao povo mineiro péssimos serviços estaduais. E agora? O discurso mudou para a falta de dinheiro, a crise internacional vinda da China e cofres limpos, sem dinheiro, mesmo após o uso dos depósitos judiciais. Não consegue sequer pagar em dia o funcionalismo público estadual que durante 12 anos nunca soube o que era atraso de um dia sequer. Nos palácios de Minas, não se esperam carros fortes com dinheiro para fazer pelo menos o mínimo do que foi prometido em campanha. Quem bate à porta é carro de polícia, mantido à distância pela politicagem suja dos dias atuais.
CADA QUAL QUE SE VEJA
Em Brasília, nunca foi tão verdadeira aquela música bem brasileira que em certo trecho proclama: “... se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão! Se gritar pega ladrão...” Cada qual anda preocupado com seu próprio pescoço. Mesmo sendo preciso andar uma longa distância para alcançarmos um outro ambiente onde viver e produzir, o que torna tudo mais grave, é que nem começamos essa caminhada. Estamos, ainda, em estado de plena desarrumação em todos os setores. Uns tentando cobrir as falhas dos outros, cada qual esquentando os panos, montando as pizzas, na triste e vergonhosa ilusão de que será possível passar desta para melhor sem um tratamento profilático, uma limpeza generalizada que comece de novo o que não tem como ir pior.
A hora é de lembrar Kennedy, o presidente norte-americano brutalmente assassinado: “... não perguntem o que nosso país pode fazer por nós”. E conclui dizendo que cada um é que procure perguntar o que pode fazer pelo país. É isto. Cada um que faça a pergunta, mire-se no espelho. Seja autoridade, seja o cidadão mais simples. Ninguém escapará do julgamento da história que fatalmente virá um dia. Para destrinchar essa triste, vergonhosa e suja etapa da vida brasileira. Uma coisa é certa: todos pagaremos um alto preço por permitir que se chegasse tão longe nessa aventura que transformou a vida nacional numa imensa página policial.

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