sábado, 13 de fevereiro de 2016

DAQUI PRA PIOR




Jornal Hoje em Dia



O setor varejista tem sido um dos mais afetados pela crise econômica que assola o Brasil. Enquanto, por exemplo, a indústria pode buscar vender seu produtos no estrangeiro, auferindo lucros por causa do valor alto do dólar, o comércio só tem mesmo o mercado interno para promover suas vendas. E como a população vem reduzindo suas compras por temor do futuro, os lojistas sofrem os fortes efeitos da recessão.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) traçou um quadro sombrio. Nada menos que 95 mil lojas fecharam as portas no ano passado por causa da queda nas vendas, impossibilitando o faturamento necessário à quitação de seus compromissos. Isso representa uma redução de 13,4% no número total de estabelecimentos comerciais no país.

A pesquisa da CNC detectou que a situação é similar em todas as regiões do Brasil. Ou seja, a recessão não tem poupado ninguém. Entretanto, Minas foi o segundo Estado mais prejudicado, com fechamento de 12 mil estabelecimentos. São Paulo liderou, com quase 29 mil portas fechadas, e o Paraná foi o terceiro, menos 9 mil lojas.

Em recente reportagem especial, o Hoje em Dia mostrou o elevado número de estabelecimentos fechados na região da Savassi, área de comércio sofisticado e ponto de turismo em BH.

No país, em todos os ramos ocorreram redução de lojas, mas os cortes mais radicais aconteceram nos pontos de venda de material de construção, informática e comunicação e eletrodomésticos. Chega a surpreender que a área de informática tenha sido afetada, com redução de 16,6% das lojas, por ser uma atividade de grande necessidade nos dias de hoje. Já no ramo de eletrodomésticos, altamente competitivo pelo poder de marketing dos concorrentes, o recuo foi de 15%.

Já nos segmentos de hipermercados, supermercados e mercearias o número de estabelecimentos fechados chegou a mais de 25 mil, o que não deixa de ser surpreendente, já que em termos de alimentação não dá para reduzir muito as compras mensais pelas famílias. O que os analistas detectam é que as marcas tradicionais estão sendo trocadas pelas mais baratas, o que puxa para baixo o faturamento das empresas.

Enquanto o país não retomar a confiança em suas instituições, essa é uma situação que deverá continuar dramática.

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