Márcio Doti
Quem pensa que a quarta-feira de
cinzas vai aliviar só o cansaço do folião está bastante enganado. Nas praias,
nas fazendas, nos palácios, em várias partes o mundo político pulou um carnaval
diferente, especialmente, os que estão às voltas com a guilhotina das operações
da Lava Jato, Zelotes e Acrônimo, e também da Justiça Eleitoral e do Tribunal
de Contas da União.
Nesta confusão, estão políticos e
empresários a começar por Lula, passando por Dilma, pelo governador Pimentel,
os figurões da OAS, da Odebrecht, da Andrade Gutierrez, nomes da oposição como
o de Aécio, agora citado por Fernando Moura, que implicou José Dirceu, depois
ameaçou recuar e trouxe para a cena o nome do senador mineiro que nega tudo e
promete interpelar o delator na Justiça.
Longe dos salões e das avenidas, o que
não faltou foi conversa, articulação, a busca de um jeito de aliviar
impeachment presidencial, dar sumiço no tríplex de Lula, nos incontáveis erros
de Dilma apontados pelo Tribunal de Contas da União e mais aqueles que constam
do processo movido pelo PSDB junto à Justiça Eleitoral. Aécio aparece na boca
do delator da Lava Jato como patrono de uma diretoria de Furnas por cortesia de
Lula ao manter na estatal o diretor Dimas Toledo.
O delator Fernando Moura contou ao
juiz Sérgio Moro que havia três cotas em Furnas, uma para o PT de São Paulo,
outra mais para o PT Nacional e uma para Aécio que promete ir aos tribunais contra
a acusação.
Se para os verdadeiros foliões a festa de Momo acabou nas cinzas de hoje, a dança dos políticos está apenas começando a julgar pelas tantas acusações e situações que esperam desdobramentos e definições. O Ministério Público Federal espera ouvir da empresa que fez a mudança do ex-presidente Lula do Planalto para São Paulo, a fim de saber se entregas foram feitas no sítio de Atibaia, que se suspeita ser de Lula, embora conste em nome de amigos.
Se para os verdadeiros foliões a festa de Momo acabou nas cinzas de hoje, a dança dos políticos está apenas começando a julgar pelas tantas acusações e situações que esperam desdobramentos e definições. O Ministério Público Federal espera ouvir da empresa que fez a mudança do ex-presidente Lula do Planalto para São Paulo, a fim de saber se entregas foram feitas no sítio de Atibaia, que se suspeita ser de Lula, embora conste em nome de amigos.
O ex-presidente ainda está às voltas
com a venda de medidas provisórias e os lobbies em favor de empreiteiras como
Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez. No que diz respeito ao governador Fernando
Pimentel, sua esposa Carolina de Oliveira e o amigo Benedito de Oliveira, a
pizzaria da CPI do BNDES está aberta e com o forno aceso: enquanto o
sub-relator Alexandre Baldy, do PSDB, pede o indiciamento da esposa do
governador pelas provas encontradas, o relator José Rocha, do PR baiano,
anuncia a intenção de poupar todos os suspeitos de envolvimento nos casos de
financiamento feitos pelo banco público de fomento e subordinado a Pimentel
quando este comandava o Ministério do Desenvolvimento.
O carnaval de toda essa gente foi
passado em meio a contatos de assessores e advogados para a preparação dos
cenários e do que puder compor saídas pelas escadas de incendio e recursos
parecidos.
Mas, de uma forma ou de outra, longe
de serem apenas cinzas, os fatos adormecidos durante recessos e carnaval agora
estão numa imensa fogueira que alguns tentam apagar e outros querem ver arder
até o último graveto.

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