Orion Teixeira
Em vez de falar em reformas que mexam
em vespeiros como o das aposentadorias, a presidente Dilma Rousseff (PT) faria
melhor se investisse na recuperação da confiança e da credibilidade de seu
governo na economia, na política e junto à população. Desprovido desse
patrimônio, governo qualquer vai a lugar algum sem o apoio popular e político,
exatamente o que falta ao atual, para convencer o país de que medidas
arrojadas, com cara de pacote, sejam a solução que todos esperam.
A credibilidade do governo reeleito
foi quebrada no primeiro ano pelo contraponto entre o que foi prometido na
campanha eleitoral de 2014 e o que foi executado em 2015. Menos de um ano
depois de ser reconduzido, o governo não sustentou a maioria, ainda que
simples. Ao contrário, hoje, outra maioria, mais expressiva, o rejeita. Dos 513
deputados federais, ninguém pode afirmar com segurança, quantos o apoiam, mas sua
articulação política se descabela pelo básico de 172 votos para evitar o pior
(impeachment).
Diante disso, no lugar de mudanças
estruturais, espera-se da presidente Dilma, nessa trégua política do recesso
parlamentar, o simples dever de casa, que, de um lado, é transmitir
tranquilidade e segurança ao mundo empresarial (produção) para que ele volte a
investir e ao dos trabalhadores de que terão emprego e poderão consumir; de
outro, reagrupar sua base política mínima para que seu governo não fique refém
de aventureiros ou de oposição oportunista.
Antes de qualquer proposta, ou novo
programa de gestão, o governo tem que, no plano político, contar com mais votos
suficientes para sepultar o fantasma do impeachment, que, segundo o
ex-presidente Lula, é uma espécie de morto-vivo e, se esse dever de casa não
for bem feito, pode ficar mais vivo do que morto. Há mais efeitos em medidas
que não são de iniciativa do governo para que a economia volte a andar na
direção do crescimento. Sozinho, com pacotes ou reformas, o governo nada pode.
A partir desses fundamentos, aí sim,
poderá encarar reforma da Previdência, trabalhista e, quem sabe, a política,
para alterar um sistema que incentiva o corrompimento de posturas e práticas
para se chegar ao poder e nele se manter. Nos planos econômico e fiscal,
propostas de criação ou recriação de impostos, como a CPMF, também estão
condicionadas a essas premissas. Em suma, para chegar ao governo, um partido e
aliados precisam de apoio político e popular; para nele se manter, com governabilidade,
também são exigidos os mesmos quesitos.
PT tende aumentar a pressão
PT tende aumentar a pressão
Além de se opor a reformas que mexam
em direitos adquiridos, a direção do PT tende a se estressar com o governo por
conta de sua política econômica, que gostaria de vê-la mais à esquerda. À
medida que se aproximam as eleições deste ano, a pressão aumentará para
melhorar a imagem do partido junto ao eleitorado insatisfeito.
Gestão da comunicação
Gestão da comunicação
O governo mineiro tem, desde o dia 23
de dezembro, o instrumento que lhe faltava para dialogar com a sociedade e
prestar contas do que tem feito, a partir do lançamento do edital de
publicidade de quase R$ 100 milhões. Tão importante quanto o investimento será
sua gestão.
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