Eduardo Costa
Por muito tempo acreditei que o nosso
sentimento de nação havia nascido num 7 de setembro, às margens do rio, com um
grito decidido, definitivo... Convenhamos, a imagem de D. Pedro I
desembainhando a espada no alto do Ipiranga é uma das representações mais
populares da história do Brasil. Há muitas décadas ela figura em livros
didáticos e ilustra páginas de revistas e jornais por ocasião das comemorações
da Independência. Diante dela temos a impressão de sermos testemunhas do evento
histórico, aceito naturalmente como o “marco zero” da fundação da nação. No
entanto, essa imagem é fruto da imaginação de um artista que nem mesmo tinha
nascido no momento em que o episódio ocorreu.
Historiadores têm demonstrado que só depois o hoje famoso episódio do “Grito do Ipiranga” adquiriu o status que ele possui no contexto das narrativas sobre a Independência. Como demonstra a pesquisadora Cecília Helena Salles de Oliveira em seu estudo sobre o tema, a data de 7 de setembro não foi considerada, de início, particularmente relevante como marco simbólico da formação da nação, nem pela imprensa, nem pelo próprio D. Pedro. Sem falar em relatos mais polêmicos, alguns provavelmente fruto do bom humor tupiniquim que versam até sobre uma “dor de barriga” que teria obrigado D. Pedro a movimentar-se perto da água.
Não quero hoje discutir as verdades sobre a Independência, mas, no entanto, estou cada vez mais convencido de que no Brasil, sobretudo nos tempos atuais, ganha quem grita mais alto. Recentemente, o governo federal anunciou cortes no orçamento da Justiça Eleitoral, provocando imediata declaração do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Tófoli, de que a votação voltaria a ser manual.
Imediatamente, o dinheiro apareceu. Mais recentemente, diminuíram o dinheiro da Polícia Federal e um vídeo de dirigente classista da PF inundou o WhatsApp advertindo sobre o risco que corriam operações importantes como a “Lava Jato” que é a maior esperança do povo brasileiro de diminuir a roubalheira. Claro que já estão arrumando o dinheiro para a Federal. Aqui em Minas, o governo anunciou que só vai pagar o salário no dia 13, daqui há uma semana. Imediatamente, a Associação dos Promotores protestou, seguida de policiais militares que anunciam até diminuição no ritmo de trabalho. Você acha que vão deixar de pagar PMs e promotores ou é o tão sonhado sonho de um piso salarial dos professores que corre risco?
O repórter não quer desqualificar a luta das lideranças por respeito aos seus servidores, mas, o que chateia é que ninguém – NINGUÉM – reagiu a altura contra a demissão de 58 mil pobres servidores. Até a combativa representante dos professores e presidente estadual da CUT, Beatriz Cerqueira, ficou apenas no “lamentável”. Vítimas de governantes irresponsáveis no passado e insensíveis no presente, foram todos para o olho da rua, sem FGTS, seguro-desemprego ou qualquer compensação… No âmbito da Polícia Militar, ninguém se dá conta de que aposentadoria aos 30 anos para homens e 25 para mulheres não combina com os novos tempos. Vale lembrar a letra da música que o grande Bezerra da Silva gravou: “Farinha pouca, Meu pirão primeiro, Este é um velho ditado, Do tempo do cativeiro...”
Historiadores têm demonstrado que só depois o hoje famoso episódio do “Grito do Ipiranga” adquiriu o status que ele possui no contexto das narrativas sobre a Independência. Como demonstra a pesquisadora Cecília Helena Salles de Oliveira em seu estudo sobre o tema, a data de 7 de setembro não foi considerada, de início, particularmente relevante como marco simbólico da formação da nação, nem pela imprensa, nem pelo próprio D. Pedro. Sem falar em relatos mais polêmicos, alguns provavelmente fruto do bom humor tupiniquim que versam até sobre uma “dor de barriga” que teria obrigado D. Pedro a movimentar-se perto da água.
Não quero hoje discutir as verdades sobre a Independência, mas, no entanto, estou cada vez mais convencido de que no Brasil, sobretudo nos tempos atuais, ganha quem grita mais alto. Recentemente, o governo federal anunciou cortes no orçamento da Justiça Eleitoral, provocando imediata declaração do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Tófoli, de que a votação voltaria a ser manual.
Imediatamente, o dinheiro apareceu. Mais recentemente, diminuíram o dinheiro da Polícia Federal e um vídeo de dirigente classista da PF inundou o WhatsApp advertindo sobre o risco que corriam operações importantes como a “Lava Jato” que é a maior esperança do povo brasileiro de diminuir a roubalheira. Claro que já estão arrumando o dinheiro para a Federal. Aqui em Minas, o governo anunciou que só vai pagar o salário no dia 13, daqui há uma semana. Imediatamente, a Associação dos Promotores protestou, seguida de policiais militares que anunciam até diminuição no ritmo de trabalho. Você acha que vão deixar de pagar PMs e promotores ou é o tão sonhado sonho de um piso salarial dos professores que corre risco?
O repórter não quer desqualificar a luta das lideranças por respeito aos seus servidores, mas, o que chateia é que ninguém – NINGUÉM – reagiu a altura contra a demissão de 58 mil pobres servidores. Até a combativa representante dos professores e presidente estadual da CUT, Beatriz Cerqueira, ficou apenas no “lamentável”. Vítimas de governantes irresponsáveis no passado e insensíveis no presente, foram todos para o olho da rua, sem FGTS, seguro-desemprego ou qualquer compensação… No âmbito da Polícia Militar, ninguém se dá conta de que aposentadoria aos 30 anos para homens e 25 para mulheres não combina com os novos tempos. Vale lembrar a letra da música que o grande Bezerra da Silva gravou: “Farinha pouca, Meu pirão primeiro, Este é um velho ditado, Do tempo do cativeiro...”
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