Orion Teixeira
O ano de 2015, finalmente, acaba hoje
e não deixará boas lembranças; ao contrário, sua herança negativa ainda
repercutirá por muito tempo sobre o próximo ano e o futuro. Por conta dessa
influência pesada, 2016 começa com tom pessimista só superado pelos votos
acumulados de ‘Feliz Natal e Próspero Ano Novo’, que a todos convém repetir
como um mantra de fé e de esperança. Além do clima natalino, não temos outras
razões para otimismo por tudo que deixou de ser construído, ou que foi
desconstruído, nesse moribundo ano.
A começar pela política praticada nos
últimos 12 meses. Definitivamente, governos e o cidadão não podem ficar reféns
desse tipo de política, que não deixa o primeiros governar e o segundo a
realizar seus projetos pessoais. Eleitos para resolverem os problemas do
cidadão e do país, em vez disso, os políticos só criaram mais dificuldades.
Sobrevivemos a 2015, mas ainda não sabemos o que virá para 2016 nem temos
promessas confiáveis.
De certo, é que teremos que começar a
construir novamente tudo que 2015 paralisou e desmontou. Mais uma vez, foi
preciso que o Judiciário apontasse os caminhos e as regras do jogo democrático
e constitucional para que a guerra política cessasse e desse trégua, permitindo
o gerenciamento do maior problema nacional, que afeta a todos, que é a
economia. Os empresários e a elite sabem muito bem como fazer para enfrentar os
desacertos da recessão, ao contrário do cidadão comum, que ficará sem emprego e
perspectivas.
Será um reinício para todos, a começar
pelo governo Dilma Roussseff (PT), que terá um mandato menor, de apenas três
anos, para corrigir todos os malfeitos na política, na economia e no mau
gerenciamento da coisa pública que permitiu o alastramento de esquemas de
corrupção como o que pilhou a maior empresa brasileira, símbolo da soberania
nacional.
Não haverá tempo para grandes projetos
ou reformas. A receita mais sensata é a do pé no chão, do arroz com feijão bem
feito, sem extravagâncias, apesar de o Brasil sediar, neste ano, as Olimpíadas,
as primeiras de um país da América do Sul, em um Estado (Rio de Janeiro) que
sequer consegue manter o básico e intransferível serviço de saúde pública. É um
contraste imperdoável nos tempos de hoje.
As condições foram repostas pelo
Supremo Tribunal Federal, mas ainda faltam lideranças nos outros dois poderes,
na situação e na oposição, que sejam capazes de pactuar o enfrentamento dos
verdadeiros problemas. O quadro é desanimador, e a realidade da vida é mais dura
do que a visão de Brasília. O ano de 2015 ficará para trás, de maneira
melancólica, e 2016 começa sem rumos e perspectivas na política e na economia.
Ainda assim, que 2016 seja bem-vindo.
Feliz ano novo!
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