Márcio Doti
Todo governo tem seus escândalos, é o
que dizem os poucos que ainda conseguem ter força para defender os governos do
PT e aliados. Meia verdade. Não são todos, há os que não exibiram escândalos
senão acusações que deram em nada, foram apenas frágeis exercícios de
desonestidade política. Mas, nenhum, nem mesmo durante o governo Collor ou
durante o governo Sarney, conseguiu reunir tantos absurdos como os governos do
PT. Se isto quer dizer alguma coisa, cada qual que tire as suas conclusões ou
até reforce as suas baterias de defesa. Mas é muita coisa junta para pesar
contra um partido que cresceu a poder de promessas, de discursos sempre prontos
a defender até os pontos de vistas mais absurdos, desde que rendessem aplausos,
palmas, adeptos, gente satisfeita com o que ouvia, ainda que os discursos
pintassem um panorama impossível. O tempo e a realidade provaram isto.
A “Pátria Educadora”, slogan do
governo, é só um slogan. Depois de muitas promessas de campanha, o FIES,
destinado a camadas sociais intermediárias, e o Pronatec, programa de formação
de mão de obra, alardeado nos palanques e nos horários da propaganda gratuita,
são hoje um arremedo de tudo o que se prometeu.
Foi preciso que o Tribunal de Contas
da União, o TCU, entrasse no Supremo para que o BNDES tornasse públicos os
termos dos contratos de financiamentos a empresas. Foi assim que se conheceu as
bases dos financiamentos à JBS Friboi, grande financiadora de campanhas
eleitorais do ano passado e também às empreiteiras nacionais, Odebrecht e OAS,
outras grandes financiadoras de campanhas políticas. Dinheiro que serviu para
financiar até obras de países vizinhos e tidos como amigos. Dinheiro que o
BNDES tomou do Tesouro Nacional, que por sua vez, pegou no mercado a juros
normais e repassou a juros subsidiados, favorecendo grandes financiadoras de
campanhas políticas. Um circuito formidável de ajudas mútuas.
E o que dizer da compra da Refinaria
de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras? Comprada em sociedade mal
feita, com o restante adquirido também pela Petrobras a preço de ouro, durante
o governo Lula e quando presidia o Conselho de Administração a hoje presidente
Dilma Rousseff. Todo mundo conhece a história! Mas isso precisa ser lembrado.
Enquanto Brasília vive seus desacertos
de muitos milhões de reais e dólares, a Justiça Eleitoral caminha lentamente
para apreciar o processo do governador Fernando Pimentel, acusado de gastar
R$10 milhões a mais em sua campanha eleitoral. Ao mesmo tempo em que está às
voltas com as operações Zelotes e Acrônimo, da Polícia Federal, por lavagem de
dinheiro e caixa dois de campanha, além da venda de favores a montadoras de
veículos ao tempo em que era ministro do Desenvolvimento.
Não é preciso repetir os milhões de
dólares e de reais que deixaram seu caminho natural e vieram abastecer bolsos
de funcionários e de políticos, tudo a poder da Petrobras e de suas
fornecedoras, incluindo-se aí até mesmo o aluguel de navios, imagina, navios!
Há muito mais. O que falta é espaço. Mas, para terminar nosso giro, que ainda
pode viver uma outra viagem, numa outra oportunidade, vamos desembarcar. Há um
temporal na economia com desemprego na casa de dois dígitos, inflação também.
Números absurdos em recessão, carestia, nuvens negras num céu carregado a
indicar que virão mais relâmpagos e trovoadas a ameaçar os nossos bolsos
enfraquecidos ou famintos.
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