sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

MINHA CASA MINHA DÍVIDA, TÁ DIFÍCIL CONSEGUIR




  

Jornal Hoje em Dia




Não há dúvida de que o maior sonho das famílias brasileiras é a obtenção da casa própria. É a segurança de estar sob o teto que é seu. Mas esse sonho está cada vez mais difícil. Os plantões de venda de imóveis têm ficado às moscas, conforme mostra reportagem nesta edição. Redução da renda das famílias, juros nas alturas e financiamentos cada vez mais restritivos são as causas desse esfriamento no mercado imobiliário.
E é ruim para todos. Vendedores que não vendem e candidatos a comprador que não podem realizar a sonhada aquisição da casa própria. Avançando um pouco mais, tem-se a redução drástica no número de empregos da construção civil – o setor mais democrático em termos de contratação, por dar oportunidade a trabalhadores qualificados e sem qualificação – por causa justamente da queda no volume de vendas.
Os dois setores – indústria da construção e varejo imobiliário – sofrem diretamente com o ciclo de encolhimento da economia como um todo. E isso apesar de haver no país um déficit de moradias que chega a mais de 5 milhões de unidades. É um déficit habitacional que, ao mesmo tempo, provoca uma grande demanda e uma grande frustração, pelos empecilhos criados sobretudo pelos bancos do governo para a liberação do crédito.
Outro fator que desmotiva os eventuais compradores é o temor pelo futuro, que é incerto em termos econômicos. Um financiamento habitacional normalmente dura vários anos, e o trabalhador teme pelo que acontecerá com seu emprego se a crise se aprofundar. Há muitos casos de devolução do imóvel por impossibilidade de pagamento.
Toda essa conjuntura tem gerado uma outra consequência, desta vez positiva para o comprador, que é a redução no preço das residências. Em Belo Horizonte, por exemplo, nos últimos 15 anos, imóveis tiveram um aumento de até quatro vezes do seu valor original.
A pesquisa intensa é fundamental para se conseguir um negócio realmente proveitoso. É o que recomendam os membros da Câmara do Mercado Imobiliário (CMI). “Está havendo um choque de realidade”, disse a vice-presidente da CMI à reportagem. O fato é que só se houver medidas sérias e acertadas por parte do poder central do país é que esse quadro se reverterá. O problema é a incógnita que o governo gera por suas decisões impensadas.

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