Jornal Hoje em Dia
Não há dúvida de que o maior sonho das
famílias brasileiras é a obtenção da casa própria. É a segurança de estar sob o
teto que é seu. Mas esse sonho está cada vez mais difícil. Os plantões de venda
de imóveis têm ficado às moscas, conforme mostra reportagem nesta edição.
Redução da renda das famílias, juros nas alturas e financiamentos cada vez mais
restritivos são as causas desse esfriamento no mercado imobiliário.
E é ruim para todos. Vendedores que não
vendem e candidatos a comprador que não podem realizar a sonhada aquisição da
casa própria. Avançando um pouco mais, tem-se a redução drástica no número de
empregos da construção civil – o setor mais democrático em termos de
contratação, por dar oportunidade a trabalhadores qualificados e sem
qualificação – por causa justamente da queda no volume de vendas.
Os dois setores – indústria da
construção e varejo imobiliário – sofrem diretamente com o ciclo de
encolhimento da economia como um todo. E isso apesar de haver no país um
déficit de moradias que chega a mais de 5 milhões de unidades. É um déficit
habitacional que, ao mesmo tempo, provoca uma grande demanda e uma grande
frustração, pelos empecilhos criados sobretudo pelos bancos do governo para a
liberação do crédito.
Outro fator que desmotiva os eventuais
compradores é o temor pelo futuro, que é incerto em termos econômicos. Um
financiamento habitacional normalmente dura vários anos, e o trabalhador teme
pelo que acontecerá com seu emprego se a crise se aprofundar. Há muitos casos
de devolução do imóvel por impossibilidade de pagamento.
Toda essa conjuntura tem gerado uma
outra consequência, desta vez positiva para o comprador, que é a redução no
preço das residências. Em Belo Horizonte, por exemplo, nos últimos 15 anos,
imóveis tiveram um aumento de até quatro vezes do seu valor original.
A pesquisa intensa é fundamental para
se conseguir um negócio realmente proveitoso. É o que recomendam os membros da
Câmara do Mercado Imobiliário (CMI). “Está havendo um choque de realidade”,
disse a vice-presidente da CMI à reportagem. O fato é que só se houver medidas
sérias e acertadas por parte do poder central do país é que esse quadro se
reverterá. O problema é a incógnita que o governo gera por suas decisões impensadas.
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