Jornal Hoje em Dia
A fuga de cérebros é um dos problemas
mais graves para um país que se encontra em crise econômica e política, como é
o caso do Brasil. Profissionais dos mais qualificados decidem que seu próprio
país não os valoriza, mais a falta de segurança, a inflação em alta, os altos
impostos, os serviços públicos sem qualidade, e decidem mudar de pátria,
levando sua expertise para que outra nação se beneficie dela.
O Ministério das Relações Exteriores
do Brasil estima que pelo menos 600 mil pessoas deixaram o país nos últimos
quatro anos. Se considerarmos que a população brasileira no exterior era de 3,1
milhões em 2014 – número mais recente –, percebemos o tamanho do problema.
Evidentemente que os países do
Primeiro Mundo são os mais visados, conforme mostra reportagem nesta edição.
Estados Unidos, França, Portugal, Suíça e Canadá estão entre os primeiros. O
Paraguai é uma exceção, está em segundo lugar, mas nesse caso se trata de
produtores rurais que atravessam a fronteira para obter os benefícios do país
vizinho que não são oferecidos no Brasil.
Os países mais ricos estão na condição
de Primeiro Mundo por, entre outras coisas, favorecerem a atração de
estrangeiros com alto grau de instrução. Os dois lados saem ganhando com isso.
Estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que
reúne as principais nações do mundo, apontou que os brasileiros com mais anos
de estudo emigram 2,4 vezes mais do que os não altamente qualificados.
É o contrário do que ocorreu em anos
passados, quando, sobretudo no Leste de Minas, principalmente Governador
Valadares, uma leva de milhares de trabalhadores praticamente braçais emigrou
para os Estados Unidos. Muitos viajavam para conseguir, em alguns anos,
construir uma poupança e depois retornar à terra natal, às vezes até para abrir
o próprio negócio.
Mas, no caso dos mais qualificados,
tem crescido o desejo de abandonar o Brasil. O número de declarações de saída
definitiva do país vem crescendo a cada ano, de 7.956 em 2011 para 13.288 em
2015.
Conforme comentou uma especialista em
recursos humanos à reportagem, “é uma perda inestimável. São profissionais
capacitados, vindos de boas escolas” que o país perde. É mais um dos efeitos
danosos da crise institucional do Brasil.
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