terça-feira, 15 de dezembro de 2015

QUEM VIVER VERÁ!



  

Márcio Doti


Uma semana de grandes definições essa em que decisões vão mostrar com clareza o rumo que as altas questões nacionais vão tomar. Na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) se reúne por pedido do ministro Fachin para discutir e decidir sobre as ações propostas pelo PCdoB, quanto à forma de escolha dos membros da Comissão Especial, da Câmara dos Deputados, que vai encaminhar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, os ministros vão conhecer a proposta do ministro Fachin para a definição do rito que deverá ser obedecido para o andamento do pedido em todas as fases que deverão ser percorridas.

Como sabemos, há várias lacunas na legislação existente e a preocupação do ministro é evitar que o processo seja entrecortado por paralisações à espera de definições do Supremo, provocado em cada ponto de lacuna pelos próprios parlamentares e partidos políticos. Na quarta-feira, o plenário do Supremo estará reunido e do encontro se saberá, com boa margem de segurança, qual rumo tomará a Casa, e mais que isto, que correções e que acertos poderemos esperar, com base nas posições assumidas pelos magistrados, individualmente, e no colegiado especialmente reunido para este fim. Os lances dessa reunião de quarta-feira serão reveladores de qual postura assumirá a mais alta corte do país, diante de um quadro confuso e delicado que clama por posicionamentos capazes de contemplar o interesse público como principal. Para que se possa acreditar numa caminhada de conserto, de correção e de recuperação, é indispensável saber como estão pensado os ministros do Supremo.

Venda de medidas provisórias

De igual modo, na próxima quinta-feira, está previsto o depoimento do ex-presidente Lula aos delegados da Operação Zelotes, sobre venda de medidas provisórias. Lula já afirmou que não assinou medidas provisórias beneficiando montadoras, embora seja certo que a Polícia Federal não o convocaria sem fortes motivos para buscar esclarecimentos. Nas investigações da Operação Zelotes estão também um dos filhos do ex-presidente Lula, além do governador de Minas, Fernando Pimentel, sua esposa Carolina de Oliveira, e seu amigo Benedito de Oliveira. Também estão às voltas com a oferta de facilidades ao grupo Caoa e veículos Hyundai o atual presidente da Cemig, Mauro Borges, que foi o substituto de Pimentel à frente do Ministério do Desenvolvimento. Já foram exibidas cópias de mensagens em que o presidente da Caoa buscava o auxílio de Benedito Oliveira para interceder junto ao então ministro Mauro Borges para a assinatura de atos que iriam assegurar facilidades para a montadora.

Virão sinais claros desses dois momentos dos próximos dias e certamente que mais aqueles que virão da Justiça Eleitoral e que podem envolver o Tribunal de Contas da União. Agravando tudo isto, teremos os lances que virão da Comissão de Ética, sobre a possível cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Por tudo isto será possível avaliar a sequência dos acontecimentos. Vale aguardar para saber em que rumo caminhamos ou se continuaremos desnorteados e cada vez mais abalados pelas crises que nos atormentam no campo econômico, no ambiente político e na vida moral de nossas instituições.

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