Orion Teixeira
Brasília e a República balançaram
ontem, desde a madrugada, com nova operação da Polícia Federal, e devem tremer
até o final da tarde desta quarta, com o veredito do Supremo Tribunal Federal
sobre o rito do impeachment. A operação policial teve como foco a cúpula do
PMDB, entre eles o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, dois
ministros do governo (Henrique Alves, do Turismo, e Celso Pansera, da Ciência e
Tecnologia) e um ex-ministro (Edson Lobão).
Desde o alvo e a data escolhida, dia 15, número do partido, para a operação, às vésperas da decisão do STF sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), tudo era motivo para que a cúpula do PMDB enxergasse armação sobre o partido. Outra, no mesmo dia, o Conselho de Ética, em sua oitava tentativa, conseguiu abrir processo de cassação contra o mandato de Cunha por falta de decoro parlamentar ao mentir em CPI, quando negou manter contas secretas no exterior (denúncia que será julgada pelo Judiciário).
Tudo somado, a guerra está declarada. O governo espera retaliações de Cunha, que já cobra de seu partido o rompimento imediato. Presidente nacional do PMDB, o vice-presidente Michel Temer reafirma que nada fará contra ou a favor de Dilma, mas as pontes entre o PT e o principal parceiro estão prestes a implodir. Depois disso, só Deus sabe.
Desde o alvo e a data escolhida, dia 15, número do partido, para a operação, às vésperas da decisão do STF sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), tudo era motivo para que a cúpula do PMDB enxergasse armação sobre o partido. Outra, no mesmo dia, o Conselho de Ética, em sua oitava tentativa, conseguiu abrir processo de cassação contra o mandato de Cunha por falta de decoro parlamentar ao mentir em CPI, quando negou manter contas secretas no exterior (denúncia que será julgada pelo Judiciário).
Tudo somado, a guerra está declarada. O governo espera retaliações de Cunha, que já cobra de seu partido o rompimento imediato. Presidente nacional do PMDB, o vice-presidente Michel Temer reafirma que nada fará contra ou a favor de Dilma, mas as pontes entre o PT e o principal parceiro estão prestes a implodir. Depois disso, só Deus sabe.
Eduardo Costa
Como realista
esperançoso, reitero minha convicção de que estamos vivendo um tempo sem
precedentes, pelo menos na história recente, com argumentação de sobra para os
que escolheram as duas pontas do humor: os pessimistas têm razão em lamuriar
porque é prisão que não acaba mais, 78% dos brasileiros não confiam em sua
presidente e não há para onde correr. Ao mesmo tempo, os otimistas podem sim
alardear que nunca na história desse país tivéssemos tão perto de mudar o rumo
da prosa, assustar as elites parasitas e enquadrar poderosos desonestos.
Vamos nos ater a fatos. Primeiro, quando se fala no desespero da inflação, preciso lembrar que quando me casei, em 1981, ela era nove vezes maior. Se o assunto é desemprego, o nosso, que cresce e ameaça, ainda não chegou ao da Espanha, que nem por isso virou pó.
Quanto ao fato de termos um governo que não inspira confiança, vale lembrar tempos de Sarney e Collor. Gente incompetente como a Dilma, sempre tivemos. Gente do mal como Eduardo Cunha nos rodeia a vida inteira.
A novidade, como disse Élio Gaspari no fim de semana, é que pela primeira vez desde o desembarque de Tomé de Souza, em 1549, o braço do Estado está investigando, encarcerando e punindo personagens da oligarquia política e econômica da terra de Santa Cruz.
Nunca tivemos tanta autoridade sob investigação, 57 pessoas foram condenadas a mais de 680 anos de prisão, os presidentes das duas maiores empreiteiras da América Latina estão na cadeia, um banqueiro também, uma banqueira mineira vai passar o terceiro Natal no cárcere, o senador Delcídio está em cana, Eduardo Cunha sabe que a hora está chegando, Renan Calheiros vive de orelha em pé e poucos são os poderosos – estejam eles no Congresso, nos tribunais ou na elite econômica – que dormem sem medo de acordar com aquele japonês da Polícia Federal batendo à porta.
Os novos indignados, gente da classe média e os novos ricos dizem que a culpa é toda do PT. Meia verdade. O partido do Lula é tão ruim quando seu aliado PMDB e os outros, especialmente o tal Partido Progressista, campeão brasileiro de filiados investigados.
Essa conversa de impeachment da Dilma é conversa para boi dormir. O que os verdadeiros donos do poder querem é encontrar algum bode expiatório e repetir o tradicional “mudar para ficar como está”, ou seja, continuarem roubando o dinheiro público e posando de gente boa, desfilando nas colunas sociais, mantendo a desigualdade histórica no país.
Estão apavorados porque cada vez a força da lei chega mais perto. E como o famoso “sabe com quem você está falando?” não tem funcionado, rezam para que as festas de fim de ano cheguem logo. Mas, para azar deles, o japonês vai fazer plantão, a Polícia Federal não terá recesso. Ao contrário do Judiciário, que não abre mão da praia por nada neste mundo.
Vamos nos ater a fatos. Primeiro, quando se fala no desespero da inflação, preciso lembrar que quando me casei, em 1981, ela era nove vezes maior. Se o assunto é desemprego, o nosso, que cresce e ameaça, ainda não chegou ao da Espanha, que nem por isso virou pó.
Quanto ao fato de termos um governo que não inspira confiança, vale lembrar tempos de Sarney e Collor. Gente incompetente como a Dilma, sempre tivemos. Gente do mal como Eduardo Cunha nos rodeia a vida inteira.
A novidade, como disse Élio Gaspari no fim de semana, é que pela primeira vez desde o desembarque de Tomé de Souza, em 1549, o braço do Estado está investigando, encarcerando e punindo personagens da oligarquia política e econômica da terra de Santa Cruz.
Nunca tivemos tanta autoridade sob investigação, 57 pessoas foram condenadas a mais de 680 anos de prisão, os presidentes das duas maiores empreiteiras da América Latina estão na cadeia, um banqueiro também, uma banqueira mineira vai passar o terceiro Natal no cárcere, o senador Delcídio está em cana, Eduardo Cunha sabe que a hora está chegando, Renan Calheiros vive de orelha em pé e poucos são os poderosos – estejam eles no Congresso, nos tribunais ou na elite econômica – que dormem sem medo de acordar com aquele japonês da Polícia Federal batendo à porta.
Os novos indignados, gente da classe média e os novos ricos dizem que a culpa é toda do PT. Meia verdade. O partido do Lula é tão ruim quando seu aliado PMDB e os outros, especialmente o tal Partido Progressista, campeão brasileiro de filiados investigados.
Essa conversa de impeachment da Dilma é conversa para boi dormir. O que os verdadeiros donos do poder querem é encontrar algum bode expiatório e repetir o tradicional “mudar para ficar como está”, ou seja, continuarem roubando o dinheiro público e posando de gente boa, desfilando nas colunas sociais, mantendo a desigualdade histórica no país.
Estão apavorados porque cada vez a força da lei chega mais perto. E como o famoso “sabe com quem você está falando?” não tem funcionado, rezam para que as festas de fim de ano cheguem logo. Mas, para azar deles, o japonês vai fazer plantão, a Polícia Federal não terá recesso. Ao contrário do Judiciário, que não abre mão da praia por nada neste mundo.
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