Márcio Doti
A lição mais importante para os
brasileiros precisa ser aprendida depressa. O povo será sempre a parte
perdedora se não souber gritar a sua vontade, seu interesse. Neste exato
momento, enquanto cada um descansa e se prepara visando as festas de final de
ano, governadores de dez estados se reúnem na casa do governador do Distrito
Federal com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, querendo trocar apoio ao
imposto do cheque por verbas federais, melhor negociação da dívida dos estados
e a delegação aos estados, da condição de cobrar de planos de saúde por
serviços prestados na rede pública. Em poucas palavras, dane-se o bolso do
povo, que se implante o imposto do cheque sobre tudo o que circular no país e que
governadores sejam aliviados em suas contas. Querem dinheiro para aliviar os
seus cofres, para gastar na eleição municipal. Eles que já cuidaram de aumentar
o ICMS de modo exagerado nos estados, como fez em Minas o governador Fernando
Pimentel.
O brasileiro estará condenado ao
sofrimento e sempre será a parte perdedora dos embates se não souber se impor,
manifestar a sua vontade e deste modo obrigar chefes de governo, da República e
estaduais, parlamentares e magistrados a levar em conta o seu lado, o lado mais
importante de qualquer questão. Haverá de prevalecer a justiça e ela não pode
ter lado, mas lado nenhum, deverá sempre decidir pelo que é correto e justo.
Deputados e senadores têm o dever de exercer mandato interpretando a vontade do
povo para que a democracia funcione plenamente. E os ocupantes de nossos
palácios devem respeito àqueles em nome de quem governam os nossos estados, a
nossa República.
Todos os que decidem em nossos nomes e
o fazem nas nossas cortes, nos nossos palácios e nos nossos parlamentos, devem
manter abertos os dois ouvidos. O que vem ocorrendo é que as pressões têm sido
exercidas pelo poder econômico, pelo poder político mais influente nos núcleos
de governo. O povo, em nome de quem esses agentes devem governar, é justamente
a parte menos influente. Afetado pelo desânimo de ver se repetirem os erros e
os absurdos, o povo entrega os pontos e seu afastamento produz impunidade e, em
consequência, encoraja os erros e os errados. Seremos eternamente fracos e
vencidos se não formos capazes de fazer ouvir a nossa voz e as nossas vontades.
Vida de gado
Zé Ramalho
Vocês que fazem parte dessa massa,
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.
E ter que demonstrar, sua coragem
A margem do que possa aparecer.
E ver que toda essa, engrenagem
Já sente a ferrugem, lhe comer.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
O povo, foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores, tempos idos
Contemplam essa vida, numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo, se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.
E ter que demonstrar, sua coragem
A margem do que possa aparecer.
E ver que toda essa, engrenagem
Já sente a ferrugem, lhe comer.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
O povo, foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores, tempos idos
Contemplam essa vida, numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo, se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
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