Márcio Doti
Afinal, quem liga para as piadinhas
nas redes sociais? Pouco importa ser prisioneira de palácios, ir apenas a
lugares protegidos com cordões de isolamento, enfrentar o abandono de antigos
companheiros e até do grande criador e antecessor. Importa é seguir em frente,
mesmo que em frente não seja propriamente adiante, pode ser só candidatar-se ao
momento seguinte, podendo representar um retrocesso, um recuo, um afundar ainda
mais na areia movediça.
No meio de palacianos não se sente cheiro de derrota, há um cordão de otimistas de plantão que, convenhamos, combinam bem com o ambiente de Brasília, aquela maravilha cercada de miséria por todos os lados. Juscelino, quando construiu aquilo, foi para levar o progresso para o centro do país e dali irradiar para todos os arredores. Feliz dele que não viu que fizeram de sua grande obra e do seu formidável propósito uma ilha da fantasia.
Seu significativo texto está lá na parede do palácio: “Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais...” é belo e significativo até a última palavra, mas o cérebro de Brasília está sofrendo do Mal de Parkinson. Não consegue desenrolar esse imenso novelo em que transformaram a coisa pública. Não se encontra o caminho, o desarranjo é de tal forma amplo e abrangente que a cada momento surge um fato novo, mas só para agravar a situação, longe de lhe dar encaminhamento sério e de futuro.
Há apenas um consolo. Não se resolverá isso com meios termos e nem o quadro aguenta longo tempo. Solução tem que nascer e dela sairemos fortalecidos, ninguém tenha a menor dúvida. As crises política e econômica se conjugam na medida exata do que convém ao amadurecimento do país e de suas instituições. Os que fazem a roda rodar, os empresários que continuam sérios precisam fazer movimento, sair dessa mesmice, mas só vão fazer isso quando tiverem certeza de que o ambiente é propício, que seu capital estará seguro e que seus negócios vão de fato caminhar.
A população atormentada pelos preços altos, pelo desemprego, pela insegurança e enojada pela sequência de roubos de milhões e milhões é uma população aflita, que do silêncio faz a sua insatisfação, que nas medições de pesquisa mostra que nunca esteve tão descontente.
Os grupos políticos começam a se engalfinhar. Também pudera. Diante de tanto despropósito, tanta incoerência, suspeitas, indícios, desfaçatez, convém que os mais espertos saiam de perto sem perder o osso de vista. Porque se tem alguém disposto a lutar pelo osso até no último minuto, tem também quem o queira e tanto quanto isso, tem os que querem distância das nódoas que vão sobrar depois que esse temporal sujo passar.
Assim posto, há descontentamento por todo lado e isso faz medo, assusta, confunde, mas é o caminhar da sociedade em busca de seu verdadeiro amadurecimento. As demonstrações demagógicas, a ostensiva prática do desrespeito pela opinião pública, a costumeira mania de desdenhar nossa imaturidade política acabarão por fazer pelos brasileiros o melhor de tudo, o aprendizado da cidadania, da maturidade política, do crescimento que esse sim, produzirá respeito e ordem. E por consequência, bem lá na frente, progresso.
No meio de palacianos não se sente cheiro de derrota, há um cordão de otimistas de plantão que, convenhamos, combinam bem com o ambiente de Brasília, aquela maravilha cercada de miséria por todos os lados. Juscelino, quando construiu aquilo, foi para levar o progresso para o centro do país e dali irradiar para todos os arredores. Feliz dele que não viu que fizeram de sua grande obra e do seu formidável propósito uma ilha da fantasia.
Seu significativo texto está lá na parede do palácio: “Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais...” é belo e significativo até a última palavra, mas o cérebro de Brasília está sofrendo do Mal de Parkinson. Não consegue desenrolar esse imenso novelo em que transformaram a coisa pública. Não se encontra o caminho, o desarranjo é de tal forma amplo e abrangente que a cada momento surge um fato novo, mas só para agravar a situação, longe de lhe dar encaminhamento sério e de futuro.
Há apenas um consolo. Não se resolverá isso com meios termos e nem o quadro aguenta longo tempo. Solução tem que nascer e dela sairemos fortalecidos, ninguém tenha a menor dúvida. As crises política e econômica se conjugam na medida exata do que convém ao amadurecimento do país e de suas instituições. Os que fazem a roda rodar, os empresários que continuam sérios precisam fazer movimento, sair dessa mesmice, mas só vão fazer isso quando tiverem certeza de que o ambiente é propício, que seu capital estará seguro e que seus negócios vão de fato caminhar.
A população atormentada pelos preços altos, pelo desemprego, pela insegurança e enojada pela sequência de roubos de milhões e milhões é uma população aflita, que do silêncio faz a sua insatisfação, que nas medições de pesquisa mostra que nunca esteve tão descontente.
Os grupos políticos começam a se engalfinhar. Também pudera. Diante de tanto despropósito, tanta incoerência, suspeitas, indícios, desfaçatez, convém que os mais espertos saiam de perto sem perder o osso de vista. Porque se tem alguém disposto a lutar pelo osso até no último minuto, tem também quem o queira e tanto quanto isso, tem os que querem distância das nódoas que vão sobrar depois que esse temporal sujo passar.
Assim posto, há descontentamento por todo lado e isso faz medo, assusta, confunde, mas é o caminhar da sociedade em busca de seu verdadeiro amadurecimento. As demonstrações demagógicas, a ostensiva prática do desrespeito pela opinião pública, a costumeira mania de desdenhar nossa imaturidade política acabarão por fazer pelos brasileiros o melhor de tudo, o aprendizado da cidadania, da maturidade política, do crescimento que esse sim, produzirá respeito e ordem. E por consequência, bem lá na frente, progresso.
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