Jornal Hoje em Dia
Apesar de todos os fatos que depõem
contra o islamismo, como os últimos bárbaros atentados terroristas em Paris,
que causaram a morte de 130 pessoas, a religião registra crescimento
exponencial em número de adeptos por todo o mundo. Um estudo recente do Centro
Pew, instituto de pesquisas norte-americano, fez uma projeção para as próximas
quatro décadas, na qual constatou que o islamismo se aproximará do cristianismo
em 2050. Hoje, há 1,6 bilhão de muçulmanos e 2,7 bilhões de cristãos.
É por isso que o xeique Mokhtar
Elkhal, líder do Centro Islâmico de Minas Gerais, entrevistado do Página Dois
nesta edição, reclama do tratamento que é dado por parte da mídia aos
muçulmanos como um todo, colocando-os como sinônimo de fanatismo e “religião do
terror”. “Muçulmanos não exportaram quibe cru nem dança do ventre, exportaram
ideias e ciência”, ironiza o dirigente.
E ele tem razão. Foi graças ao Islã,
criado onde é hoje a Arábia Saudita pelo profeta Maomé, no século VI, que
muitos conhecimentos da antiguidade clássica – Grécia e Roma – foram
preservados ao longo dos séculos, quando a Europa toda estava envolta nas
trevas da Idade Média, ditadas pelo cristianismo, quando qualquer ensinamento
ou estudo científico era considerado blasfêmia, podendo ser punido com a morte.
Ele chama o Estado Islâmico, grupo
autor do ataque a Paris, de “Estado Maluco”. E diz algo surpreendente. Além de
os militantes serem jovens recém convertidos ao Islã, recebem salários com
valores altos. Para o xeique, a culpa do surgimento do EI é dos Estados Unidos,
que desbarataram as instituições iraquianas quando invadiram o país e
marginalizaram os militares ligados ao ditador Saddam Hussein, deposto e morto.
Eles então se alinharam a islamitas radicais.
Lembra o líder que a França é o país
onde há mais muçulmanos em toda a Europa, cerca de 5 milhões de descendentes.
Por ser uma potência colonial, o Exército francês na Segunda Guerra possuía
muitos soldados de países muçulmanos sob seu domínio.
Quando terminou o conflito, muitos
deles continuaram em solo francês. Elkhal frisa, por isso, que não há ódio dos
islamitas à França, que tão bem os acolheu. Sua receita para isolar o
radicalismo é uma nova postura dos governantes de países islâmicos, que estendam
benefícios a toda a população, evitando a segregação e a pobreza, sobretudo dos
jovens. Parece ser o bom caminho.
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