Márcio Doti
Não demora e assistiremos ao
deprimente espetáculo de ver CPIs, tanto faz da Câmara dos Deputados ou do
Senado, apresentarem solenes pedidos de desculpas. Desculpas a quem? Há figuras
ali chegadas com rótulo de suspeitas ou acusadas por qualquer desses escândalos
descobertos nos últimos anos. CPI da Petrobras, do BNDES e quantas mais possam
ser instaladas. Não chegam a nada, têm como principal finalidade fazer de
contas, encenar uma peça e pronto. Imagina o que saberíamos da Petrobras, o que
nos chegaria de financiamentos do BNDES, milhões em bancos da Suíça, lavagens
de dinheiro, se não fosse o trabalho desenvolvido pela Polícia Federal, pelo
Ministério Público Federal e pela Justiça Federal. Tudo a partir daquele núcleo
do Paraná que se tornará histórico, ainda que tentem fatiá-lo, reduzir a sua
força e desempenho, tentar quebrar as asas de um corajoso juiz de primeira
instância, o juiz Sérgio Moro. Estaríamos longe de saber o que andavam fazendo
com o dinheiro da Petrobras, os milhões carreados para bolsos particulares,
sobretudo de políticos. Do que saberíamos? E mesmo sabendo, que consequências
haveria? Talvez não tivéssemos sequer processos. Tudo abafado por mais
escandalosas que são as constatações feitas, por mais desonestos e imorais que
sejam os atos descobertos em investigações, em delações premiadas depois
confirmadas pela Polícia Federal, Ministério Público e pela Justiça.
Descrédito nas CPIs
Nada se descobre, nada se apura, no que depende dos nossos parlamentos: Câmara e Senado. E são essas casas que têm por dever constitucional o acompanhamento das atividades do Executivo, são seus membros os responsáveis pela fiscalização dos atos do Poder Executivo. Não é exagero afirmar que mesmo fatos já constatados acabam amaciados quando o assunto é levado a uma CPI. O descrédito das comissões parlamentares vem de longa data e serve para piorar ainda mais a imagem do político brasileiro, num momento em que a sociedade está preocupada com reações, passa por terrível desalento porque percebe que os desarranjos da vida política acabam refletindo na vida particular de cada cidadão e sua família.
Na crise moral que chegou junto com as crises econômica e política, a impunidade de muitos anos serviu para vulgarizar atos de corporativismo levados ao extremo de manobras que seriam inconcebíveis, inaceitáveis em outros tempos e em ambientes mais sérios. Chegamos ao extremo de uma presidente que troca alguns cargos de segundo e terceiro escalões por cumplicidade nos plenários, caso venha a ser votado um processo de impeachment. Pois, convenhamos, não pode ser sério o país em que essas manobras e tentativas são anunciadas abertamente. Ninguém se dá nem mesmo ao trabalho de desmenti-las porque essas negociações já fazem parte da vida brasileira. A banalização dessas situações responde pelos absurdos que vamos vivendo e que nos trouxeram até aqui.
A bem da verdade, num ambiente sério, tudo o que já foi revelado por investigações seria mais do que suficiente para alimentar CPIs que estivessem, de fato, comprometidas com o dever de cada parlamento. De igual modo, custa a crer que os brasileiros se manifestem apenas em pesquisas e não demonstrem de modo mais explícito o seu inconformismo, a sua indignação com tanta coisa que o desrespeita e mais do que isto, com tantos malfeitos que tornam a sua vida menos segura, mais sofrida e com poucas perspectivas. Custa a crer, mas é verdade.
Descrédito nas CPIs
Nada se descobre, nada se apura, no que depende dos nossos parlamentos: Câmara e Senado. E são essas casas que têm por dever constitucional o acompanhamento das atividades do Executivo, são seus membros os responsáveis pela fiscalização dos atos do Poder Executivo. Não é exagero afirmar que mesmo fatos já constatados acabam amaciados quando o assunto é levado a uma CPI. O descrédito das comissões parlamentares vem de longa data e serve para piorar ainda mais a imagem do político brasileiro, num momento em que a sociedade está preocupada com reações, passa por terrível desalento porque percebe que os desarranjos da vida política acabam refletindo na vida particular de cada cidadão e sua família.
Na crise moral que chegou junto com as crises econômica e política, a impunidade de muitos anos serviu para vulgarizar atos de corporativismo levados ao extremo de manobras que seriam inconcebíveis, inaceitáveis em outros tempos e em ambientes mais sérios. Chegamos ao extremo de uma presidente que troca alguns cargos de segundo e terceiro escalões por cumplicidade nos plenários, caso venha a ser votado um processo de impeachment. Pois, convenhamos, não pode ser sério o país em que essas manobras e tentativas são anunciadas abertamente. Ninguém se dá nem mesmo ao trabalho de desmenti-las porque essas negociações já fazem parte da vida brasileira. A banalização dessas situações responde pelos absurdos que vamos vivendo e que nos trouxeram até aqui.
A bem da verdade, num ambiente sério, tudo o que já foi revelado por investigações seria mais do que suficiente para alimentar CPIs que estivessem, de fato, comprometidas com o dever de cada parlamento. De igual modo, custa a crer que os brasileiros se manifestem apenas em pesquisas e não demonstrem de modo mais explícito o seu inconformismo, a sua indignação com tanta coisa que o desrespeita e mais do que isto, com tantos malfeitos que tornam a sua vida menos segura, mais sofrida e com poucas perspectivas. Custa a crer, mas é verdade.
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