Orion Teixeira
O governador Fernando Pimentel (PT)
não deve ter incentivado, mas também não impediu que a sua base governista, de
55 deputados aliados, aprovasse a criação de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) para investigar as barragens e minerodutos em Minas Gerais.
Digamos, liberou a bancada. Como os antecessores, ele tem total controle, e já
confirmou isso, sobre as decisões em plenário e comissões da Assembleia
Legislativa. A medida (CPI) veio após a enxurrada de rejeitos minerários que
rompeu barragens da Samarco mineradora, destruindo distritos inteiros e vidas
humanas no município da histórica Mariana.
Esta será uma oportunidade inédita na Assembleia ante a tradicional influência que mineradores têm sobre as campanhas eleitorais (financiamento privado) de deputados, prefeitos, governadores e até de presidentes da República. Para a criação da comissão, são necessárias 26 assinaturas. A oposição, ou parte dela, está contra por considerar que seria cedo para politizar um infortúnio ainda em fase de apuração técnica.
Espera-se que a comissão não recaia no fácil embate entre tucanos e petistas, governo passado e atual, que tem marcado o debate político, qualquer que seja ele, mas que se concentre, principalmente, no drama vivido pelos familiares das vítimas de Mariana e de outras regiões que foram e serão afetadas pela, tudo indica, imperícia da mineradora. Em vez de fortalecer suas barragens, a empresa trabalhou no limite de suas capacidades em nome do vil metal. No mínimo, houve omissão diante da falta de um plano B em casos dessa natureza.
A atividade minerária, como a exploração de petróleo em alto-mar, entre outras, é de alto risco. Todos sabiam disso, no entanto, poucos se antecipam a ele. A maioria só toma providências (porque envolvem gastos) após a tragédia consumada.
Não basta apenas lamentar o ocorrido e se solidarizar. Além dos aspectos sustentabilidade e segurança, já passou da hora de alguém, e a Assembleia poderá prestar o serviço, rediscutir um modelo de mineração alternativo a esse que está esgotado. Em vez disso, o que fazem? Usam a tecnologia e decretos governamentais para agravar ainda mais a situação ambiental com a criação de minerodutos. Junto do minério, levam também a água da caixa d’água do Brasil, até mesmo em regiões do semiárido, como o Norte de Minas, onde falta água à sobrevivência e cultivo, e os rios estão morrendo. O ex-rio da integração nacional, São Francisco, é a prova escandalosa disso.
Estado refém do minério
A economia mineira é refém da vocação minerária do Estado chamado Minas Gerais. Com ela, Minas chega ao segundo e terceiro lugares no PIB nacional; sem ela, cai para o 16º lugar. Também não é de hoje que governadores são eleitos sob o discurso da diversificação econômica do Estado com base na vocação de cada região. São propostas que nascem luminosas no mundo acadêmico e somem nas gavetas do mundo oficial.
Pimentel vai retirar a urgência?
Após a tragédia de Mariana (rompimento da barragem da mineradora Samarco), ou o governador Fernando Pimentel retira o pedido de urgência ao projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental ou a tramitação da matéria ainda será mais agilizada para impedir que outros desastres se repitam.
Esta será uma oportunidade inédita na Assembleia ante a tradicional influência que mineradores têm sobre as campanhas eleitorais (financiamento privado) de deputados, prefeitos, governadores e até de presidentes da República. Para a criação da comissão, são necessárias 26 assinaturas. A oposição, ou parte dela, está contra por considerar que seria cedo para politizar um infortúnio ainda em fase de apuração técnica.
Espera-se que a comissão não recaia no fácil embate entre tucanos e petistas, governo passado e atual, que tem marcado o debate político, qualquer que seja ele, mas que se concentre, principalmente, no drama vivido pelos familiares das vítimas de Mariana e de outras regiões que foram e serão afetadas pela, tudo indica, imperícia da mineradora. Em vez de fortalecer suas barragens, a empresa trabalhou no limite de suas capacidades em nome do vil metal. No mínimo, houve omissão diante da falta de um plano B em casos dessa natureza.
A atividade minerária, como a exploração de petróleo em alto-mar, entre outras, é de alto risco. Todos sabiam disso, no entanto, poucos se antecipam a ele. A maioria só toma providências (porque envolvem gastos) após a tragédia consumada.
Não basta apenas lamentar o ocorrido e se solidarizar. Além dos aspectos sustentabilidade e segurança, já passou da hora de alguém, e a Assembleia poderá prestar o serviço, rediscutir um modelo de mineração alternativo a esse que está esgotado. Em vez disso, o que fazem? Usam a tecnologia e decretos governamentais para agravar ainda mais a situação ambiental com a criação de minerodutos. Junto do minério, levam também a água da caixa d’água do Brasil, até mesmo em regiões do semiárido, como o Norte de Minas, onde falta água à sobrevivência e cultivo, e os rios estão morrendo. O ex-rio da integração nacional, São Francisco, é a prova escandalosa disso.
Estado refém do minério
A economia mineira é refém da vocação minerária do Estado chamado Minas Gerais. Com ela, Minas chega ao segundo e terceiro lugares no PIB nacional; sem ela, cai para o 16º lugar. Também não é de hoje que governadores são eleitos sob o discurso da diversificação econômica do Estado com base na vocação de cada região. São propostas que nascem luminosas no mundo acadêmico e somem nas gavetas do mundo oficial.
Pimentel vai retirar a urgência?
Após a tragédia de Mariana (rompimento da barragem da mineradora Samarco), ou o governador Fernando Pimentel retira o pedido de urgência ao projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental ou a tramitação da matéria ainda será mais agilizada para impedir que outros desastres se repitam.

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