Bady Curi Neto - Advogado, fundador do
Escritório BadyCuri Advocacia Empresarial, ex-juiz do TRE-MG
Estamos nos tornando uma sociedade em
que as pessoas têm deixado de se manifestar ou ter opiniões próprias a favor do
politicamente correto. O medo de ser estigmatizado como racista, homofóbico e
mesmo “bulinista” tem nos levado a reprimir, mesmo que inconscientemente,
nossas verdadeiras opiniões, nos tornando alvo de nós mesmos, de censura à
nossa liberdade de expressão.
Nasci em uma época em que era saudável brincar na rua e jogar pelada em lotes vagos com as mais diferentes classes sociais, sem nenhum preconceito. Não se via a cor (a descendência afro ou não) de seu amigo, éramos todos iguais, éramos crianças. O colega de óculos era chamado de quatro olhos, o escurinho bom de bola tinha orgulho de ser chamado de Pelé, o mais alto, de Girafa, e eu, devido aos quilos a mais, de gordo, e isto não se consubstanciava em “bullying”, era apenas um simples apelido.
Aos domingos víamos os Trapalhões com suas piadas inocentes entre Didi e Mussum, ouvíamos Luiz Caldas com a música “Nega do Cabelo Duro”, assistíamos Jô Soares com seu personagem Capitão Gay, líamos Monteiro Lobato nas escolas.
Será que éramos “bulinistas”, racistas, homofóbicos? Será que ao invés de crianças inocentes, com as peripécias da idade, éramos verdadeiros delinquentes juvenis? Acredito que não, éramos crianças sem o preconceito dos adultos com suas contextualizações massificadas do certo e do errado.
Hoje tudo mudou, a ministra da Igualdade Racial quis banir das escolas obras de Monteiro Lobato por entendê-las racistas. As brincadeiras de Renato Aragão com Mussum seriam censuradas, o Capitão Gay seria defenestrado.
O lado outro da moeda é que estamos nos tornando fruto de uma consciência coletiva cada vez mais obrigatória às nossas próprias opiniões, em nome do politicamente correto.
A massificação de pensamentos que nos é imposta tem como consequência apequenar nosso senso crítico, o raciocínio, as ideias, o poder de divergir que, na essência, é o que difere o ser humano dos demais animais ditos irracionais.
Utiliza-se, a todo instante, o sufixo “fobia”, deixando toda a fala contrária àquela corrente como inadequada, grosseira e preconceituosa. Está cada vez mais presente a música de Zé Ramalho: “Ê vida de gado, povo marcado, povo feliz...”, como se o berrante do vaqueiro soasse a voz do politicamente correto e a multidão tivesse que acompanhá-lo.
É de se notar a banalização do raciocínio. Se alguém, por convicção jurídica ou religiosa, é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, é imediatamente taxado como homofóbico. Se for contra a distribuição do kit gay nas escolas, é preconceituoso. Se por ideologia política é favorável ao Partido dos Trabalhadores, é porque é ladrão. Se gosta de músicas como a “Nega do Cabelo Duro”, deve ser racista.
Nasci em uma época em que era saudável brincar na rua e jogar pelada em lotes vagos com as mais diferentes classes sociais, sem nenhum preconceito. Não se via a cor (a descendência afro ou não) de seu amigo, éramos todos iguais, éramos crianças. O colega de óculos era chamado de quatro olhos, o escurinho bom de bola tinha orgulho de ser chamado de Pelé, o mais alto, de Girafa, e eu, devido aos quilos a mais, de gordo, e isto não se consubstanciava em “bullying”, era apenas um simples apelido.
Aos domingos víamos os Trapalhões com suas piadas inocentes entre Didi e Mussum, ouvíamos Luiz Caldas com a música “Nega do Cabelo Duro”, assistíamos Jô Soares com seu personagem Capitão Gay, líamos Monteiro Lobato nas escolas.
Será que éramos “bulinistas”, racistas, homofóbicos? Será que ao invés de crianças inocentes, com as peripécias da idade, éramos verdadeiros delinquentes juvenis? Acredito que não, éramos crianças sem o preconceito dos adultos com suas contextualizações massificadas do certo e do errado.
Hoje tudo mudou, a ministra da Igualdade Racial quis banir das escolas obras de Monteiro Lobato por entendê-las racistas. As brincadeiras de Renato Aragão com Mussum seriam censuradas, o Capitão Gay seria defenestrado.
O lado outro da moeda é que estamos nos tornando fruto de uma consciência coletiva cada vez mais obrigatória às nossas próprias opiniões, em nome do politicamente correto.
A massificação de pensamentos que nos é imposta tem como consequência apequenar nosso senso crítico, o raciocínio, as ideias, o poder de divergir que, na essência, é o que difere o ser humano dos demais animais ditos irracionais.
Utiliza-se, a todo instante, o sufixo “fobia”, deixando toda a fala contrária àquela corrente como inadequada, grosseira e preconceituosa. Está cada vez mais presente a música de Zé Ramalho: “Ê vida de gado, povo marcado, povo feliz...”, como se o berrante do vaqueiro soasse a voz do politicamente correto e a multidão tivesse que acompanhá-lo.
É de se notar a banalização do raciocínio. Se alguém, por convicção jurídica ou religiosa, é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, é imediatamente taxado como homofóbico. Se for contra a distribuição do kit gay nas escolas, é preconceituoso. Se por ideologia política é favorável ao Partido dos Trabalhadores, é porque é ladrão. Se gosta de músicas como a “Nega do Cabelo Duro”, deve ser racista.
Qualquer debate, por mais respeitoso
que seja, que vá a confronto com tantas “fobias” criadas, se torna odioso. O
campo das ideias, da dialética, do livre pensar, dá lugar à corrente do
politicamente correto em detrimento da liberdade de expressão individual.
Não precisamos de tantas “fobias” para acabar com o preconceito, mas de urbanidade, civilidade e respeito ao próximo e à diversidade de opiniões.
Não precisamos de tantas “fobias” para acabar com o preconceito, mas de urbanidade, civilidade e respeito ao próximo e à diversidade de opiniões.

Nenhum comentário:
Postar um comentário