Leida Reis
Um físico quântico da USP, que entrou
na faculdade aos 16 anos e concluiu o doutorado aos 25, quer provar o poder da
mente sobre a matéria. Gabriel Guerrer usa uma ferramenta bastante comum entre
os artistas, o crowdfunding, para custear a sua pesquisa. Precisa arrecadar R$
48 mil porque nenhuma instituição ou empresa coloca dinheiro numa pesquisa
aparentemente tão estapafúrdia. Na verdade, ele pretende comprovar a premissa
levantada pelo americano Dean Radin, que chegou a fazer uma experiência,
colocando meditadores, músicos e praticantes de artes marciais para tentarem
desviar um feixe de laser. Na Califórnia, Radin chegou a captar pequenos
desvios da luz supostamente provocados pelo pensamento. Mas faltou a
demonstração, e Guerrer, guerreiro como demonstra ser, quer trazer para a USP
esse mérito.
Os terroristas do Estado Islâmico, o bem comportado exército das grandes potências mundiais e a ganância das mineradoras (tão necessárias ao sistema produtivo, é bom que se ressalte) não precisam usar o poder da mente. É pesado o poderio e a destruição de que são capazes. Enquanto choramos e oramos pelas vítimas de Paris, nos são mostrados os motivos dos radicais infiltrados na França. Paro para escolher um filme e assisto a uma comédia “Que mal eu fiz a Deus?”, em que Claude e a mulher Marie Verneuil sofrem e demonstram todo preconceito imaginável diante das filhas que se casam, uma com um argelino muçulmano, outra com um judeu, a terceira com um chinês e a mais nova, na qual depositavam as últimas esperanças, com um negro. Ao menos ele é católico! Depressão e ódio são satirizados para mostrar, primeiro que o mundo não pode mais ser segmentado em raças e religiões, segundo, que a Europa não é mais a mesma, mas acha que é. Quer dizer, os líderes e a sociedade conservadora acreditam na perpetuação de um padrão branco, católico, culto, cheio de charme e arrogância. Não, não vou lembrar um certo líder que levou às últimas consequências essa convicção.
A segunda coisa em que pensei quando vi os ataques em Paris foi: o que será agora dos refugiados? A primeira, claro, foi na crueldade e covardia do Estado Islâmico, que mata inocentes em nome de Alá. Aí vieram comentários sobre nos esquecermos das vítimas do rompimento da barragem. Não, não esqueceremos, e o mais importante agora é que a empresa responsável cumpra sua obrigação de ressarcir todos os prejuízos. Mas isso não nos exime da solidariedade com as famílias que perderam tantas vidas na capital francesa e vivem sob ameaça intermitente. A Europa não tem tanto poder, coisa que os Estados Unidos descobriam no dia 11 de setembro de 2001.
Se também não podemos apenas rir da situação, como nos propõe “Que mal eu fiz a Deus?”, invistamos nas pesquisas de Gabriel Guerrer, porque se a maioria de nós é a favor da paz, poderemos garanti-la com a força do pensamento. Quem sabe?
Os terroristas do Estado Islâmico, o bem comportado exército das grandes potências mundiais e a ganância das mineradoras (tão necessárias ao sistema produtivo, é bom que se ressalte) não precisam usar o poder da mente. É pesado o poderio e a destruição de que são capazes. Enquanto choramos e oramos pelas vítimas de Paris, nos são mostrados os motivos dos radicais infiltrados na França. Paro para escolher um filme e assisto a uma comédia “Que mal eu fiz a Deus?”, em que Claude e a mulher Marie Verneuil sofrem e demonstram todo preconceito imaginável diante das filhas que se casam, uma com um argelino muçulmano, outra com um judeu, a terceira com um chinês e a mais nova, na qual depositavam as últimas esperanças, com um negro. Ao menos ele é católico! Depressão e ódio são satirizados para mostrar, primeiro que o mundo não pode mais ser segmentado em raças e religiões, segundo, que a Europa não é mais a mesma, mas acha que é. Quer dizer, os líderes e a sociedade conservadora acreditam na perpetuação de um padrão branco, católico, culto, cheio de charme e arrogância. Não, não vou lembrar um certo líder que levou às últimas consequências essa convicção.
A segunda coisa em que pensei quando vi os ataques em Paris foi: o que será agora dos refugiados? A primeira, claro, foi na crueldade e covardia do Estado Islâmico, que mata inocentes em nome de Alá. Aí vieram comentários sobre nos esquecermos das vítimas do rompimento da barragem. Não, não esqueceremos, e o mais importante agora é que a empresa responsável cumpra sua obrigação de ressarcir todos os prejuízos. Mas isso não nos exime da solidariedade com as famílias que perderam tantas vidas na capital francesa e vivem sob ameaça intermitente. A Europa não tem tanto poder, coisa que os Estados Unidos descobriam no dia 11 de setembro de 2001.
Se também não podemos apenas rir da situação, como nos propõe “Que mal eu fiz a Deus?”, invistamos nas pesquisas de Gabriel Guerrer, porque se a maioria de nós é a favor da paz, poderemos garanti-la com a força do pensamento. Quem sabe?

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